O tamanho importa. Há uma velha expressão que afirma que “tudo o que é pequenino tem graça”, mas não se aplica a todas as situações. Serve para crianças, animais ou outras fofuras, mas, no que concerne a dinheiro, é uma desolação e, se forem pénis, a emoção talvez não seja a mesma.
Um amante carinhoso e sensível pode satisfazer a/o parceira/o com um pénis de qualquer tamanho e, certamente, a si próprio. Um grande pénis não faz de um homem mais homem nem um pénis pequeno, faz dele menos. O modo como o usa, manuseia ou arrisca, faz dele aquilo que é, um homem.
Não existem grupos raciais que sejam uniformes em tamanho. Associam-se ideias a membros que fazem parte do imaginário e não da realidade. Os africanos são mais dotados e os chineses menos? Nada mais errado. Os mitos propagam-se como braços de rios em tempo de cheias, mas não passam disso, de ideias feitas, preconceitos tolos.
Um pénis grande pode ser assustador ou fascinante. As emoções repartem-se em polos opostos e bem díspares. O cabelo comprido, os ombros largos, os abdominais bem vincados são modas que vão e voltam, mas a um pénis de grande comprimento nunca lhe desaparece a magia, símbolo de juventude para muitos e funciona como uma varinha que tem poderes especiais. Ou varão.
Contudo, os pénis pequenos têm os seus adoradores, menos fantasiosos e mais realistas, sendo alvo de troça e de apurada chacota. Um símbolo de virilidade quer-se possante e não um mero botão que passa despercebido. Elas dizem que tamanho não é documento, mas eles esforçam-se por ter uma parte sua que seja bem avaliada e possa constar nos anais da história pessoal.
A questão que se coloca é bem pertinente: em repouso ou erecto? Uma coisa é certa, se bem que coisa serve para tudo e ajusta-se conforme as mais variadas necessidades, do ponto de vista estético é soberbo e leva a pensar no seu potencial assim como a causa e o seu efeito. Há uma razão para tal acontecer, que deve ser descortinada, pois o estímulo é essencial.
O código de vestuário medieval era bastante vasto e foi criada, em 1420, uma nova forma de apresentação masculina. Os homens usavam túnicas justas e compridas e meias, a tapar o resto do corpo. A roupa interior era inexistente. As túnicas encurtaram e um simples triângulo de tecido foi elaborado para tapar os genitais. Ao longo dos tempos estas peças foram remodeladas de forma a proteger “as joias de família”.
Foram alongando e uma parte oval, saída entre as pernas, tornou-se moda, mostrando uma grande ereção. Em 1500, as bragas, nome atribuído a estes artefactos, viajaram de Inglaterra para Itália e cada reino tentou rivalizar, quer em tamanhos quer em formas e originalidade. Durante 50 anos, um recorde em termos de moda, era este o panorama que vigorava.
Tudo isto para provar que ter um pénis era motivo para o exibir e competir, prática perdida nos trilhos e vielas da humanidade. Os macacos e gorilas são uns vaidosos natos ao mostrarem as suas partes íntimas, o que provoca uma certa vergonha aos que as têm menores. Esta é uma forma de manifestar o seu poder. Curiosamente, o gorila, animal potente e grandioso, não terá sido muito bafejado pela natureza uma vez que o seu pénis mede uns humildes 5 cm, quando erecto.
Em 1948, Alfred Kinsey, foi o mais prolífero medidor de pénis da História. Cerca de 3500 homens dispuseram-se a mostrar os seus atributos. A técnica era simples e fácil, usando um cartão branco onde era colocada a sua verga em ereção e marcando todo o tamanho. Depois de todos verificados, chegou aos seguintes números, 65,7% dos pénis mediam entre 14 e 16,5 cm, 15% entre 17 e 18 cm e 8,9% entre 13 e 13,5 cm. Os restantes tanto eram membros superiores como inferiores. Pénis superiores a 20,5 eram somente 1,8%.
Outra conclusão a que chegou foi que os exibicionistas estavam no grupo dos homens com tamanhos médios e os violadores de menores, um grupo muito específico, possuíam uma ferramenta maior, cerca de 16,5 cm, característica muito pouca simpática para quem gosta de se vangloriar com medidas que são apenas fruto da sua imaginação.
Foi entre a tribo dos Melinkas, no Senegal, que encontrou o grande prémio, um pénis com 30 cm de comprimento e de diâmetro 5,8 cm. Sutor, um médico militar, que acompanhou este estudo, defendeu a teoria de que a prática comum, entre os árabes e africanos, da circuncisão, fazia aumentar o tamanho do pénis.
John Curtis Estes, conhecido como John Holmes, foi um fenómeno sexual. O nome está associado à indústria de filmes para adultos, conhecida como pornografia, onde o sexo é bem explícito e tendo ganho muitos adeptos. Participou em cerca de 3000 filmes, número um pouco exagerado, mas era uma pessoa democrática, pois não fazia diferença entre homens e mulheres. Todos lhe serviam.
De início tinha em mente as causas ecológicas e a sua sensibilidade seria usada para actuar, mas rapidamente mudou de caminho. Media 1,88 m e pesava 66 kg, um peso pluma que permitia certos malabarismos. Sem pudor em se mostrar, fez do corpo o seu instrumento de trabalho, conforme tinha dito à sua mulher.
Tudo corria bem até ao ano de 1980, que foi o ponto de viragem, depois de ter descoberto a cocaína. Mudou o seu comportamento e a sua postura. Algo se alterou e sentiu-se usado e desprezado por todos. Acabou por morrer, vítima de sida, em 1988, com apenas 43 anos. Os avantajados 33 cm de pénis, uma raridade, não lhe deram longevidade, mas sim excitação e excitações, para outros.
Alguns especialistas nas manhãs e artes do comportamento, alegam que as mulheres sofrem de um complexo, a inveja do pénis, mas elas talvez sejam mais realistas e honestas. As expectativas podem ser mais baixas do que as dos seus parceiros. Sem o possuírem naturalmente, podem ter a experiência de conhecer vários e, assim, terem a possibilidade de fazer os seus estudos pessoais.
O mundo, ou melhor a sociedade, continua a olhar para o sexo com a malícia necessária. A atracção sexual é um motor aliciante que não para e precisa de funcionar. Entre múltiplas falsidades, próteses e membros flácidos ou erectos, é melhor é não invejar tanto, mas sim admirar mais. Com toda a firmeza.