O segredo é não correr atrás das borboletas…

O tema da felicidade e do que o seu conceito envolve sempre foi para mim muito misterioso… Afinal o que é a felicidade…? E qual a razão por que quase todas as pessoas, apesar de alguns que alegadamente “não ligam a isso” de ser feliz, passa a vida em busca da felicidade.

Se pararmos um pouco para pensar sobre o que encerra afinal a noção de felicidade, provavelmente acabamos por perceber que cada um de nós tem uma diferente concepção deste sentimento.

Está certo… se somos todos diferentes mas todos iguais, de acordo com a ideia celebrizada por um anúncio publicitário antigo, então, também é verdade que cada um de nós, sendo diferente de todos os semelhantes tem com certeza uma ideia ou mesmo um modo de se sentir feliz diverso do dos outros!

O que é afinal ser feliz? Ter dinheiro… Ter saúde… Estar apaixonado… Ter um bom emprego? Ou melhor ainda, a conjugação de todos estes estados de alma e formas de estar na nossa vida?

Não é a felicidade à semelhança do amor, do respeito e da confiança, algo que se merece e/ou que se conquista? Acredito que sim.

A felicidade conquista-se e resulta do nosso comportamento e da nossa postura face à vida, às pessoas e ao universo que nos rodeia. Acredito que esta forma de estar pode ser a grande diferença entre ser ou não ser feliz.

É certo que tudo na nossa vida é muito volátil e até mesmo efémero, mas a forma de encarar as situações que se nos deparam no dia-a-dia é sem qualquer dúvida a diferença fundamental que nos distingue de todos os outros seres humanos.

Podemos mesmo sentir que ser feliz é ter a noção de quão frágil é a nossa existência e a respectiva passagem por esta vida, valorizando aqueles que amamos e que estão perto de nós. Como habitualmente se costuma dizer, viver cada dia como se fosse único, tendo a noção da nossa temporalidade na vida.

Resta-nos, pois, apreciar intensamente o calor de um abraço ou mesmo a doçura de um beijo, no fundo a presença e a companhia de quem amamos, ou do que amamos fazer. Não temos que ser necessariamente felizes a amar uma pessoa, podemos preferir estar sozinhos, e amar cada momento em que podemos ler um bom livro, ouvir uma música que nos transporta para onde muito bem queremos, enfim, fazer dos nossos momentos, aquilo que muito bem nos apetecer. Isso é ser feliz, querer à nossa volta apenas o que nos faz bem à alma, o que nos faz sentir em harmonia com o mundo.

Perceber que somos seres únicos e, no entanto, tal como o amor, eternos enquanto durarmos, que os outros guardem de nós apenas o melhor, essa é uma aspiração que a mim me faz feliz.

Porque ninguém passa na nossa vida por acaso, então que a nossa passagem pela vida dos que se vão cruzando no nosso caminho, deixe nos seus corações uma nuvem de nostalgia e de saudade dos momentos que partilhamos juntos, sempre que pensem em nós.

A noção de quão breve é a vida que temos, ganha dimensão à medida que a nossa consciência se apura, e nos ajuda a perceber que o tempo é um bem demasiado precioso e escasso. Muito diminuto mesmo para que o desperdicemos a aborrecermo-nos ou a desgastarmo-nos com temas e/ou pessoas que não valem nada a pena.

Vivemos nestes dias no limiar da descoberta científica constante e cada vez mais nos apercebemos que ao contrário do que a maioria das pessoas poderá por ventura acreditar, a felicidade pode ser afinal algo muito fácil de alcançar, e estar ali mesmo ao nosso lado, à espera de ser conquistada por nós.

Naturalmente, a nossa vida não poderá ser uma sucessão de bons momentos e de acontecimentos bonitos e extraordinários, seria um aborrecimento se assim fosse.

Temos nos tempos que correm imensas formas de nos ajudar a encarar os momentos menos bons da vida e/ou os acontecimentos negativos que de um instante para o outro viram a nossa vida completamente do avesso.

E em face disso, apenas duas opções: Arregaçar as mangas e ver na situação uma oportunidade de fazer melhor procurando aprender com o que aconteceu, ou, então, ficar no nosso canto a lamentarmo-nos porque não merecemos o que nos está a acontecer, e como o Calimero a sentirmo-nos muito infelizes.

Eu jogo na primeira equipa, aquilo que não nos mata, faz-nos mais fortes, e se algo de mau ou menos bom aconteceu, então eu tirarei dai a lição sobre o que há a melhorar em mim no futuro.

No entanto, claramente acredito que tudo tem inicialmente que acontecer de dentro para fora, ou seja, eu tenho que querer ser feliz, eu tenho que querer fazer acontecer.

Serei sempre eu o precursor da iniciativa, não podemos querer ficar à espera que a vida nos sorria e sermos pessoas felizes, se nada fizermos para que tal aconteça.

E como alguém dizia: Façam o favor de ser felizes, e deixem vir as borboletas até ao vosso jardim. Tudo será tão mais fácil!

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