Quantas vezes dizemos ou ouvimos dizer: “Vamos ali ao chinês!” Ou “ O chinês de certeza que tem!”? Em várias alturas com certeza. O negócio da China que há alguns anos atrás apareceu de súbito em massa nas nossas vidas, encantou-nos e conquistou-nos com tudo o que trouxe consigo, mesmo tendo nós a consciência, da pouca qualidade dos produtos que ficava esquecido perante os preços baixos praticados.
Com os seus Maneki Neko, os gatos fofinhos com a pata esquerda a dar a dar, ao vestuário, às ferramentas e todos os produtos que podemos encontrar em qualquer loja do chinês, fomos invadidos nos anos 90 por 2 chineses que trataram de iniciar o grande negócio da China em Portugal. Até nós, como consumidores finais, gostámos dessa invasão, lembrando-nos que a qualidade era fraca apenas quando algo se estragava. Este big bang de lojas de comércio chinês começou-se a notar em excesso, quando passávamos por uma rua e tínhamos uma loja destas espaço sim, espaço não, mas nem por isso lá deixámos de comprar, porque é barato e tem coisas que por vezes não são fáceis de encontrar. Como tudo o que cresce e se expande rapidamente, também este negócio da china ficou saturado no nosso país, a procura e a venda já não são o que eram e muitos lojistas chineses acabam mesmo por trocar o negócio made in china de produtos, por outro made in china mas em restauração.
Desengane-se quem pensa que as pessoas deixaram de comprar produtos made in China! Continuam a fazê-lo, mas recorrem cada vez menos às lojas e cada vez mais à Internet, através de plataformas e lojas virtuais, que oferecem descontos ainda maiores, garantia e outras compensações, claro, made in China.
A China configurou-se para vencer no mercado a nível mundial e o que começou com fraca qualidade, hoje em dia apresenta uma grande qualidade. Quase tudo o que possuímos tem componentes fabricados na China e as marcas mais procuradas de smartphones são chinesas e com a qualidade cada vez maior. E se é caro comprar no nosso próprio país, o que não falta hoje em dia são lojas online para mandar vir os mesmos produtos com um preço muito mais baixo, da China. O grande desafio da China é manter o equilíbrio entre qualidade e produção a custo zero, pois também este mercado já teve os seus problemas de má qualidade e inclusive punições e sanções, o que lhe deu a fama de made in china ser sinónimo de má qualidade.
De maneira a superar esta má fama, a China viu-se obrigada a criar e a desenvolver padrões de qualidade tentando ao mesmo tempo manter o baixo custo. O que temos vindo a observar é um aumento da qualidade dos produtos made in China, com um preço que continua bastante acessível para quem compra. Após algumas pesquisas, o factor “má qualidade” que enfatizou os produtos made in China foi associado ao tradicional sistema de subcontratação chinês, que trabalha com empreiteiras de baixa categoria. Determinado o problema, verificou-se um interesse por parte da China em melhorar a supervisão nesse aspeto, o que levou a um aumento de qualidade nos seus produtos que fazem parte do nosso dia-a – dia assim como pelo mundo fora.
Os produtos made in China continuarão a fazer parte da nossa vida, mas cada vez mais com uma qualidade melhor e um preço acessível.