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Livros para Relaxar – do I.PIAGET ED. …

Com os livros somos livres. Nunca é demais ler. Ler para aprender, ler para melhor, ler para mais conviver, ler para travar a ignorância e o desconhecer. Ou apenas ler, não tendo outra coisa a fazer!…

Nesta décima quinta crónica literária, revisitamos mais alguns títulos do INSTITUTO PIAGET Edições.

A Inteligência da Natureza, de Michel Lamy

Importa realçar a inteligência da natureza, antes de todos os outros tipos de inteligência, e a sua importância. Esta obra divide-se em sete capítulos: I. compêndio de Biologia – da origem da vida ao Homem; II. o Homem e a sociedade; III. o Homem comunicador – linguagens e comunicação; IV. o Homem é inteligente; V. o Homem – o utensílio, o trabalho e as produções; VI. o Homem e o seu biótipo; e VII. o Homem dono do seu destino. Na conclusão geral, aborda-se o Homem como dono do seu corpo e proprietário da espécie humana, bem como o meio técnico humano. A revelação da descoberta de um fenómeno prodigioso: a existência da inteligência na natureza. Nem a inteligência existe apenas no cérebro humano, nem todas as invenções lhe podem ser imputadas. Estádio final de uma longa evolução biológica, o Homem limitou-se a descobrir, ou a reproduzir a seu modo, os modelos concebidos pelo mundo vivo há quatro mil milhões de anos, para se adaptar ao seu meio ambiente. Livro n.15 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 201 pp.

A Atração do Futuro, de Pierre Fougeyrollas

Trata-se de um ensaio sobre a significação do presente. A obra aborda: a querela da pós-modernidade; a epopeia proletária; sob a democracia, a nação; o regresso do religioso, a tentação estética; o tempo histórico e o espaço geopolítico; e para um pensamento crítico-orgânico. Estes são os seus sete capítulos. Vivemos o fim dos tempos modernos? Se a resposta é positiva, surge outra questão fundamental: como será a pós-modernidade que se irá iniciar? Partindo destas interrogações importantes e atuais, o autor apresenta um balanço da modernidade: progresso e declínio do movimento operário, inseparabilidade da democracia e da nação, pluralização e crise de identidade coletiva. Discernimento da nova configuração das forças mundiais em gestação e desenvolvimento, e apelo à emergência de um novo pensamento que conjugará nele o percurso crítico e o orgânico, já há muito separados na história da razão e da imaginação humanas. Livro n.46 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 276 pp.

O Justo e o Verdadeiro, de Raymond Boudon

Publicam-se aqui estudos sobre a objetividade dos valores e do conhecimento, acerca das crenças positivas e crenças normativas e acerca do relativismo e da racionalidade. A obra divide-se em catorze capítulos, depois de introduzir sobre algumas crenças coletivas. São eles: 1., a explicação cognitivista das crenças coletivas; 2., a racionalidade cognitiva; 3., por que razão o mundo nos parece mais ordenado do que na realidade é; 4., sentido e razões – as ciências sociais e a argumentação; 5., uma teoria dos sentimentos morais; 6., a explicação cognitivista dos valores; 7., será possível uma ética quando não existem crenças dogmáticas?; 8., a objetividade dos valores; 9., sentimentos de justiça e desigualdades sociais; 10., para uma axiologia pós-newtoniana; 11., de onde vêm os valores morais?; 12., a nova sociologia do conhecimento científico; 13., sobre alguns aspetos do relativismo contemporâneo; e 14., esboço de uma teoria da racionalidade. Livro n.86 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 427 pp.

Do Silêncio, de David Le Breton

Há vários tipos de silêncio, como é sabido, e esta obra fala-nos de todos e cada um deles, de forma bem detalhada e explicada. E fá-lo nos seus seis capítulos: 1., silêncios da conversação; 2., políticas do silêncio; 3., as disciplinas do silêncio; 4., manifestações do silêncio; 5., as espiritualidades do silêncio; e 6., o silêncio e a morte. «Num mundo saturado de discursos, inebriado pelo barulho ou pelo fluxo contínuo de informações, o autor propõem-nos reconsiderar o silêncio, ao encontro da ideologia da comunicação, como única possibilidade do pensamento e, portanto, de uma palavra “presente”.

Com efeito, o que vale uma palavra sem a pausa que permita acolhê-la, entendê-la? Para o pensador, o silêncio é uma modalidade de sentido e não uma simples ausência, a paragem de um discurso proliferante. Silêncio do respeito e do recolhimento, do êxtase e do sagrado; mas, também, ditadura, comercialização, ambiguidade ou recalcamento do silêncio, são aqui encarados neste livro paradoxal – uma vez que franqueia alegremente a barreira do mutismo – e para o qual ele “sonhou, em vão, costurar as frases sobre um tecido de silêncio”» (24 Heures, Lausanne). Livro n.100 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 279 pp.

Amor Poesia Sabedoria, de Edgar Morin

Os temas maiores num toque de génio. Conforme o título da obra indica, este insigne historiador, sociólogo e filósofo francês fala-nos do complexo de amor, da fonte de poesia e da necessária e impossível sabedoria. “Nesta época de liberalismo exacerbado, morosidade social e futuro incerto este trabalho de Edgar Morin surge a propósito. Não que o autor pretenda desenhar os contornos de uma sociedade idealizada, onde cada um, como que por encanto, encontra uma alegria de viver, mas porque a ideia de que a vida se possa resumir à prudência, à organização excessiva das coisas e à certeza, dá, ao autor, o inesperado desejo de discutir com os paladinos da racionalidade. Amor, Poesia, Sabedoria é uma síntese simplificada de uma certa concepção do caminho do homem. Se não existir sentido é necessário procurar as razões num amor incerto e numa poesia que teima em não se exprimir” (Le Monde Diplomatique). Livro n.115 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 83 pp.

Para Onde Vão os Valores?, Dir. de Jérome Bindé

Esta obra, de vários autores e prefaciada pelo então diretor-geral da UNESCO (Koïchiro Matsuura), está dividida em quatro partes. Na primeira, o tema é homónimo ao título desta publicação. Trata nos seus capítulos de: crepúsculo, choque ou hibridação dos valores?; os desafios do inumano: quais os valores para as sociedades do séc. XXI?; valores sérios ou valores frívolos?; a estética, estado supremo da economia política e da ética? Em direção à estetização dos valores?; e para a criação de novos valores? Na segunda parte, aborda-se a mundialização, as novas tecnologias e a cultura. Questiona-se aqui, por exemplo: caminhamos para uma ou para várias formas de mundialização cultural? Como preservar a diversidade cultural? Que futuro terão as línguas?

Na terceira parte, responde-se à pergunta: para novos contratos sociais? Aqui, analisa-se o novo contrato social e a educação para todos ao longo da vida, o contrato natural e desenvolvimento, que contrato cultural para o séc. XXI? Um contrato ético? Na última parte, explanam-se a ciência, saberes e prospetiva. Através dos seguintes pontos: a revolução genética e o ser humano, os novos rostos do racismo na era da mundialização e da revolução genética, o saber sobre si próprio – prospetiva e prevenção das doenças da alma, e para onde vamos? O ser humano perante o futuro do universo. Livro n.237 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 436 pp.

Uns com os Outros, de François de Singly

Uma solução para o problema de quando o individualismo cria laços… Nesta obra são apontadas e desenvolvidas quatro tipo de crises, diferenciadamente nos quatro primeiros capítulos. Ou seja, a crise da transmissão (como ligar indivíduos emancipados?), a crise da estabilidade (como ligar indivíduos com uma identidade fluida?), a crise das normas (como ligar indivíduos pouco obedientes?) e a crise da razão (como ligar indivíduos que querem preservar o seu interesse e o seu afeto?). No quinto capítulo, o autor viaja pelo ideal do elo: entre liberdade, convivência e respeito mútuo. Portanto, Esta obra da autoria de um dos melhores especialistas, da atualidade, no estudo dos laços sociais, sobretudo familiares, aborda de forma indireta as questões escolares. Numa época em que tantos são os discursos sobre a «perda de referências» e em que a nostalgia de uma idade de ouro, que volte de novo, asfixia o pensamento construtivo, este livro traz-nos uma reflexão estimulante que pode esclarecer os debates atuais.

Para Singly, é necessário renunciar a este «universalismo abstrato», um pouco mítico, e aceitar o individualismo na medida em que se consegue conciliá-lo com o respeito mútuo e a dimensão coletiva. Por exemplo, não é possível reduzir um jovem à escola, à condição de «aluno». Esta obra propicia a investigação de novas figuras de autoridade (é necessário inventar, mesmo que para tal seja necessário «talento» e saber-fazer), práticas que tenham em conta as individualidades de cada um sem as fechar nas diferenças, novas relações de «civilidade». O objetivo do autor é levar-nos à construção de um novo laço social, um «Nós» que saiba respeitar os «Eu» nas suas liberdade e identidade. Um laço que saiba unir sem apertar demais. Livro n.239 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 261 pp.

A Arte de Comunicar, de Claire Raines e Lara Ewing

Um instrumento útil para ajudar a descobrir como ultrapassar diferendos, construir relações e comunicar efetivamente com alguém. Esta obra estrutura-se em oito capítulos, antes de uma avaliação final e de leituras relacionadas. A saber: especialistas em comunicação; os princípios fundamentais; caminhos para a comunicação; alguns pontos de vista; trabalhar com diferenças em grupos; vinte perguntas; transpor obstáculos – três casos de estudo; e sete atividades de aprendizagem. Portanto, como os nossos locais de trabalho e comunidades se tornam, cada vez mais, diversos em diferentes maneiras, o mais importante na comunicação é, pois, focalizar não naquilo que nos separa, mas sim em tudo o que possibilita a nossa aproximação a cada um dos membros que connosco ombreia; e este é o objetivo desta obra, procurar demonstrar que existe uma Arte de Comunicar capaz de fortalecer a aproximação que o mundo de hoje tanto teima em desunir. Livro n.268 da coleção «Epistemologia e Sociedade», com 220 pp.

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