Joana D’Arc – Uma mulher que ficou para a História

Sempre fui fã da Joana D’Arc, mesmo sabendo o básico sobre os seus feitos. Não sei, mas as mulheres que são guerreiras prendem a minha atenção. Talvez o mundo precise de mais mulheres assim, que não se prendam a convenções e a “nãos”.

E o que é que faz dela uma inspiração? Quanto a mim… a sua fé inabalável em si própria e nas suas crenças.

É que Joana, nascida por volta de 1412, era filha de camponeses muito pobres, não conhecia outra coisa senão a miséria e a guerra e ainda assim tornou-se numa MULHER incrível que contra todas as probabilidades mudou a história de França (comemorações da padroeira de França 30 de Maio).

Este livro de Marc Twain dá-nos a oportunidade de acompanhar Joana, de vê-la a crescer à pressa, de assistir às suas dificuldades, angústias, conquistas e até mesmo à sua morte (confesso que foi a parte que me custou mais a ler e ainda saltei umas páginas).

É que às vezes, quando as coisas não correm bem é muito fácil se revoltar com Deus e desistir, mas Joana apesar de ter muito a perder, deixou-se guiar pelo que ela chamava as suas “vozes” e nunca desistiu – mesmo sendo traída pelos seus. Foi muitas vezes ridicularizada, humilhada por aqueles que se julgavam superiores, mas ainda assim insistiu, procurou apoio e acabou por ganhar pequenas batalhas que elevaram a moral das tropas Francesas. E pergunto: Como é que naquele tempo, isto foi possível? Como é que uma pequena criança (o que os outros viam nela) conseguiu tudo isto? Ela sabia que ia ser traída, ela sabia que ia morrer, mas ainda assim não parou, foi até onde teve que ir. Como?

Como já referi, o facto que fez toda a diferença foi que esta Mulher com ar de menina, acreditou no seu propósito até ao fim. A sua fé em Deus foi inabalável e a crença em si própria foi decisiva. Onde muitos dos homens do seu tempo viam uma pobre camponesa, ela mostrou-se uma grande guerreira. Onde a quiseram quebrar, ela tornou-se um símbolo nacional. E isto só por si é incrível – em todas as épocas – imagine-se no séc XV.

Contudo, infelizmente as pessoas têm memória curta – como se vê e muito bem pela nossa actualidade – a História pelos vistos não ensina. Continua a ser estranho que o ser humano só passa a dar valor e importância depois da morte – e só por uns tempos porque depois tudo passa literalmente à História. (Só muitos anos depois é que a Joana foi declarada inocente por todas as acusações – incluindo de bruxaria.)

Dá que pensar… não é?

Porque é que será que, quando já é demasiado tarde para salvar alguma coisa, é que há a tendência para “acordar”? Se a Joana tivesse sido salva como merecia, poderia ter feito muito mais diferença e ter sido homenageada ainda em vida. Talvez os 100 anos de guerra tivessem sido apenas 85 ou 90, quem sabe? Obviamente que não nos vamos agarrar aos “E SE” mas podemos partir para um reflexão, para que nos tempos que decorrem possamos fazer diferente.

Já se perguntaram quem seriam se mantivessem a fé em vós mesmas, mantendo a humildade como a Joana D’Arc? Será que continuavam a se deixar abalar por crenças malvadas? Lutariam certamente contra os inimigos interiores e passavam a acreditar em quem são e no que são. Não me identifico com o conceito de feminista – porque isso seria o extremo oposto do machismo e acredito que o caminho certo é o do meio – mas se calhar já nos fazia bem mudar a visão que temos de nós mesmas, passando a acreditar mais em nós próprias. Vejo tantas mulheres à espera que os outros (na sua maioria homens) mudem de comportamentos e pensamentos, mas a verdade é que enquanto o nosso olhar sobre nós próprias não mudar, nada vai ser diferente pois, afinal de contas sejamos homens ou mulheres, não somos ilhas, somos pontes e por isso cada um de nós tem que assumir – independentemente da aprovação de quem quer que seja – o “papel” onde se sente mais feliz.

Hoje, dia da Mulher, escrevo especialmente para as MULHERES pois afinal de contas as nossas ancestrais lutaram também por cada uma de nós. E é por isso – e por me inspirar neste livro – que hoje trago um Desafio a todas:

Sejamos mais como a Joana D’Arc: Tenhamos uma fé inabalável em nós próprias e procuremos aqueles que apoiam as nossas batalhas e que trocem pelas nossas vitórias. 

Sejamos Joanas, sejamos corajosas, sejamos Livres

Feliz Dia da Mulher!

  • artigo publicado em parceria com larftherapies
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