Hipocrisia ocidental

O assunto Síria está de novo nas bocas do Mundo. E mais uma vez pelos piores motivos. A guerra síria, altamente patrocinada por um ocidente que perdeu, por completo, o controlo da situação, está a chegar aquilo que se pode chamar de fase final, pois os chamados “rebeldes” estão a perder terreno e poder num conflito que já dura há anos. E é muito pelo facto de os ditos “rebeldes” estarem a perder força e terreno, que o ocidente nos “inunda” a nós, cidadãos, com notícias e imagens aterradoras do conflito.

Atentem que escrevi “rebeldes” e não rebeldes. Isto, porque a dita oposição a Bashar al-Assad não se distingue, de forma alguma, das forças terroristas que actuam na região com o apoio directo e indirecto da Arábia Saudita (e não só). A comprovar tal está o facto de estes mesmos “rebeldes” utilizarem os centros urbanos como escudos. Para vermos algo tão macabro, temos de recuar ao século XX e recordar a forma tenebrosa como os nazis saíram das cidades que ocuparam durante a 2.ª Guerra Mundial.

Ora, face a tudo o que tem vindo a público sobre o conflito, caberia à Comunidade Internacional tomar medidas para colocar um ponto final no dito. Uma medida que me parece razoável e que – muito provavelmente – acabará com a questão síria passa, tão simplesmente, por condenar e sancionar fortemente quem venda armas aos ditos “rebeldes”. Tal condenação deve ser aplicada a todos sem execpção. Seja este um aliado ou não do ocidente, mas não é este o caminho seguido pelo mundo ocidental. Este prefere antes dar uma de hipócrita e “ordena” a António Guterres, actual Secretário-geral das Nações Unidas, que faça um forte apelo à Paz, condenando quem tem interesse em terminar com o conflito e combater o terrorismo.

Efectivamente, assim nunca mais lá vamos. E de nada serve colocar-se toda uma Comunicação Social ocidental a fazer eco da guerra síria sempre que os terroristas… Perdão “rebeldes” perdem força e território.

E como um mal nunca vem só, eis que a Turquia resolveu tomar parte no conflito, tendo, inclusive, feito avançar as suas divisões militares sobre território sírio para (pasme-se) combater o avanço das forças curdas. A coisa até que poderia ter um impacto minimalista, dado que ordem territorial naquela zona do planeta é algo de complicado, mas o problema é que os turcos são membros da NATO. Organização da qual fazem parte os Estados Unidos da América e um vasto conjunto de países europeus que apoiam, armaram e armam os curdos sob o pretexto de que estes se serviriam do material bélico para se defenderem dos ataques dos terroristas (como se os curdos fossem devolver as armas após a sua vitória).

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