As imagens são poderosas, retêm-se eternamente no nosso subconsciente, prendendo-nos na mensagem que vemos e no que a mesma nos quer transmitir. Muitas vezes alertam-nos para situações que julgamos ser de menos importância, mas que se são vitais para a nossa vida e sobrevivência.
A história de Greta Thunberg, activista climática sueca de 16 anos, começa com uma imagem, uma imagem forte, dramática, elucidativa, marcante, dramática, uma imagem única.
Agosto de 2018, uma estudante de 15 anos, com um ar frágil, rosto fechado e olhar tristonho, completamente sozinha, acampando em frente ao parlamento sueco empunhando um cartaz feito à mão. Um cartaz que incentivava os jovens a efectuarem uma greve escolar às sextas-feiras em prol do meio ambiente, com o intuito de alertarem os políticos e as instituições governamentais para colocarem em prática o Acordo de Paris para as alterações climáticas e outras medidas urgentes em prol da subsistência do planeta.
Em virtude disso, o mundo ficou perplexo, quando em Setembro de 2019, quatro milhões de estudantes invadiram (no bom sentido do termo) centenas de cidades a exigir medidas urgentes para combater as alterações climáticas, indo ao encontro da tese de Greta que não existe plano B para a sobrevivência do planeta.
Greta Thunberg ignificou o rastilho da luta contra o aquecimento global, dando o exemplo, demostrando que ainda é possível salvar o planeta, seja através de alertas, acções ou mudando os hábitos adquiridos durante décadas e que muito têm afectado o meio-ambiente.
A activista demonstrou que é possível reduzir o efeito de estufa que afecta o planeta, procurando utilizar cada vez artigos produzidos á base de plástico, efectuando reciclagem de tudo aquilo que é possível reciclar, utilizando as energias renováveis e procurando meios de transporte alternativos menos poluentes como comprova as varias deslocações que a mesma efectuou quando participou nas cimeiras sobre o clima , tanto por mar como por via férrea evitando o uso do avião , um dos meios de transporte mais poluente.
Tem sido avassaladora a mobilização que a jovem sueca tem arrastado atrás de si, demostrando com discursos assertivos e com exemplos que só temos um rumo a seguir, a preservação do nosso planeta, acordando uma geração consciente, mas decepcionada. Uma geração desiludida com as gerações anteriores que, tendo conhecimento há décadas das alterações profundas no clima e na fisionomia do planeta, devido à acção do Homem, preferiram ignorar e comodamente ficar à espera da destruição iminente.
Greta é o rosto desta geração com o futuro em risco e incomoda, devido ao facto que nos recorda da nossa inércia, da nossa inactividade perante um tema vital para a sobrevivência das espécies que ainda habitam no nosso planeta. O aquecimento global é um tema que não é de hoje, mas que tem vindo a aumentar de ano para ano, enquanto caminhamos para o abismo, e toda a gente cruza os braços como se nada estivesse a acontecer.
Incomoda os grandes poderes políticos e económicos, porque é uma voz válida que os afronta e que lhes diz que estão errados, que o único caminho a seguir é deixar de queimar combustíveis fósseis, que o único plano é salvar o planeta, que é a nossa casa, deixando os lucros de lado.
Quem ainda não acredita no aquecimento global, basta olhar ao seu redor, tomar atenção aos fogos que assolam a Austrália, que têm matado milhares de animais indefesos, aos fogos na Amazónia. São destruídas florestas, flora e fauna animal difícil de repor e que deixam na miséria e ao relento milhares de habitantes. Já para não falar do desaparecimento de glaciares, que aumentam o nível das águas como nunca se viu, provocando a deslocação de animais selvagens para fora dos seus habitats naturais e a alteração dos cursos dos rios, oceanos e do território.
Todos nós temos de seguir este grandioso movimento em defesa da nossa casa. Sim, ela está revoltada e triste, está a arder, mas ainda vamos a tempo de corrigir os erros passados. Vamos ser biliões de bombeiros para desbravar, apagar e limpar aquilo que os “terroristas do clima” andam a fazer à nossa casa e todos juntos evitar a destruição do nosso mundo.
Nunca, mas nunca devemos subestimar o poder de uma jovem inteligente, determinada que luta por uma causa que é de todos nós. Todos nós podemos ser Greta Thunberg, basta querermos .
Por um planeta vivo.