Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”
Carl jung
Nascida nos anos sessenta, tenho assistido a uma vertiginosa evolução a todos os níveis, nomeadamente no que se refere à tecnologia informática. Posso, pois, ter uma visão abrangente do “antes” e “depois” da era digital, desde o surgimento dos primeiros computadores até ao nascimento da Inteligência Artificial recentemente.
O desenvolvimento tem sido tão desenfreado desde essa época que se torna até difícil acompanhar a maneira como lidar com os novos procedimentos que este acarreta.
A busca de melhores soluções para os desafios que enfrentamos como sociedade foram o apanágio para, da idade da pedra, chegarmos à idade digital.
É comum a todos que no nosso dia a dia estejamos constantemente “ligados” uns aos outros através das redes sociais, por exemplo. Parece que tudo na nossa vida é facilmente exposto, tornando-nos prisioneiros das aparências.
Se, por um lado, a era digital tenha trazido inúmeros benefícios à nossa vida a nível de encontrar soluções em todas as áreas e nos tenha aproximado uns dos outros, por outro, existe uma outra face menos benéfica.
Várias questões têm surgindo ao longo desta rápida evolução:
Até que ponto não estaremos a ser escravos desta situação, esquecendo-nos de comunicar frente a frente como fazíamos antigamente?
Que geração futura estamos a criar que, desde cedo, depende de telemóveis e computadores?
Até que ponto estaremos seguros, emaranhados nesta rede, qual teia gigante e devoradora?
São todas estas questões a que devemos dar atenção e também encontrar alternativas que nos permitam não nos desumanizar ao nos tornar simples marionetas impulsionadas por botões, ecrãs e comandos.
Da minha época até hoje assistiu-se a um pulo gigante. Além de admirável, também assustador.
O modo como o homem vai usar esta tecnologia para o bem da humanidade no futuro é determinante para o nascimento de um mundo mais próspero onde se solucionem problemas globais e se assegure o bem-estar de todos, em vez de agravar os já existentes ou gerar novos. Esta evolução irá cada vez mais revolucionar a maneira como as pessoas pensam ou interagem.
Para isso, há que estar atentos e guiarmo-nos sempre por valores éticos e morais a fim de colhermos todos os respetivos benefícios.
Ser transparente, não usando falsas aparências apenas com o intuito de nos expormos ao mundo, o que não nos levará a lado nenhum. Há que ser exemplar e estar atento com o intuito sempre presente de atingir o crescimento conjunto. Caso contrário, caímos no risco de se assistir a uma involução.
Concluindo, como em todas as épocas em que há evolução, encontramos também o reverso da medalha ao se refletirem aspetos que nos podem fazer regredir como humanos. Não é isso que se pretende.
Queremos de facto evolução ou involução? Eis a questão.
(Este texto foi redigido segundo as normas do Novo Acordo Ortográfico)