Dune (2021) – Crítica

This is only the beginning.

– Chani

Dune é a adaptação do romance de Frank Herbert, e conta a história de Paul Atreides (Timothée Chalamet) , um jovem brilhante e promissor que é chamado à responsabilidade para proteger a sua família e o seu planeta, que se encontram em perigo.

Gostei bastante deste filme, não tendo lido a obra em que foi baseado, o filme de 1984 por David Lynch, nem a minissérie feita em 2000, consigo ainda assim dizer que o trabalho de Dennis Villeneuve é admirável.

A grande qualidade do filme para mim é a cinematografia, e o realizador já demonstrou vezes sem conta que dá uma grande importância ao aspeto visual do filme e que todos os cenários sejam fascinantes, é por isso normal que os mais recentes trabalhos de Dennis tenham sido no género de ficção científica.

A comandar as operações no departamento da representação temos Timothée Chalamet, o jovem ator que é uma das “estrelas do momento” em Hollywood e que nos últimos anos vem entregando boa atuação após boa atuação e acho, honestamente, que esta foi a sua melhor até hoje. Uma interpretação cheia de profundidade, com o equilíbrio perfeito entra inocência e ambição.

O elenco secundário é muito sólido , com especial realce para Rebecca Ferguson, Jason Momoa e Oscar Isaac. Zendaya tem muito pouco tempo de antena e diálogo residual, mas não deixa de ser competente nos poucos minutos que lhe são reservados. Claramente algumas pessoas sentiram-se defraudadas com o tempo de ecrã desta atriz, até porque os trailers e todas as promoções físicas do filme fazem parecer que é um filme co-protagonizado por Chalamet e a jovem atriz. Embora isto esteja, claramente, relacionado com Zendaya estar neste momento também em foco e chamar muitos espectadores, acho que não teve a ver somente com isto. Na verdade Dune foi lançado já como parte integral de dois filmes, e parece-me que Zendaya terá um papel muito mais preponderante na segunda parte da história tem lançamento previsto para 2023.

Uma curiosidade sobre estas duas partes, é que a segunda parte foi condicionada por este primeiro filme e como este se sairia a nível de sucesso e de crítica, tendo sido entretanto já confirmada o lançamento do segundo capítulo. Esta é a grande crítica que posso apresentar ao filme, que não tem a ver com o filme em si, o facto de ser criado como parte de dois faz a obra parecer (e ser) incompleta. Acho que quando um realizador quer contar uma história que vai demorar 5 horas ou mais, é o momento ideal para fazer uma mini-série e não um filme (ainda que em duas partes).

O filme é muito competente em todos os setores. Utiliza bem as suas duas horas e meia de duração para contextualizar as personagens, dar-lhes desenvolvimento e tornar em tudo mais interessante. Cinematografia, banda sonora e realização são do melhor que se pode encontrar nos dias de hoje em Hollywood. Um filme que recomendo a todos.

* CUIDADO COM SPOILERS *

Uma característica que pode confundir alguns espectadores é a complexidade dos planetas que são retratados e a forma como existem muitas particularidades nas “regras” que nos são apresentadas. Um dos mecanismos que é mais utilizado no filme é o que é referido como “A Voz” que é algo que a família de Paul consegue evocar obrigando a que os outros se submetam à ordem que foi dada.

Todos estes pequenos pormenores são simplificados no filme e é mais um elogio que faço ao realizador, que conseguiu fazer com que entender cada uma destas pequenas particularidades não seja fundamental para o entretenimento e apreciação do filme.

É difícil dar spoilers num filme como este, porque é a primeira parte de dois filmes, e por isso quando este filme acaba não existiu na verdade conclusão para grande parte das personagens. Ainda assim dizer que a personagem de Jason Momoa e em especial a sua conclusão deu coração ao filme de uma forma que era claramente necessária e elevou ainda mais toda a obra.

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