A geração atual, designada por “Geração Alpha” (nascidos a partir de 2012), descendentes dos “Millenial”, são crianças que apresentam um grande potencial para o futuro. Demonstram grande poder de observação e atenção, espontaneidade e autonomia que lhes permitem uma relevante aceleração no processo de adaptação. Parecem ter nascido providos de um conhecimento inato nas áreas digitais, movidos por estímulos sensoriais daí provenientes.
A próxima geração, “Beta”, serão filhos da Inteligência Artificial que se integrará rapidamente nas suas vidas e já nascerão conectados. As possibilidades que enfrentarão serão infinitas, com os seus prós e os seus contras.
Entretanto, há que fazer um diagnóstico na área educacional afim de adequar e personalizar as ferramentas certas para as necessidades e objetivos de cada aluno. A inovação no ensino será muito exigente em relação à gestão escolar.
Em tempo real, estes estudantes consomem uma grande quantidade de informação, à qual se deve dar especial atenção, tentando fazer uma seleção. Eles estão hiperconectados e são moldados para serem mais autónomos e expressarem com mais facilidade a sua opinião. Por outro lado, apresentam altos níveis de ansiedade e desapego em relação aos métodos tradicionais, embora flexíveis para se relacionarem com vários assuntos ao mesmo tempo.
Como poderá, então, a gestão escolar dar resposta a este cenário? Face a esta situação, será exigido aos professores que desenvolvam competências a fim de oferecerem soluções para estas necessidades.
Além de terem um amplo conhecimento das disciplinas, terão que aperfeiçoar aptidões para lidar com a célere evolução tecnológica, não descurando totalmente os métodos tradicionais de ensino. Os desafios serão muitos, o que exigirá uma atualização e preparação constantes.
As novas gerações tendem a ser mais introspetivas e a ter dificuldades de comunicação, muitas vezes são vítimas e causadoras de bullying, têm muitas vezes falta de empenho.
Há que definir estratégias para atrair os alunos: falar a mesma linguagem gerando envolvimento conjunto e experiencial; estimular o interesse para que assimilem os conteúdos e os contextualizá-los nos vários momentos da vida; aliar os métodos tradicionais com o uso constante das novas tecnologias; ciência, engenharia e matemática, entre outros, terão que estar interligados, assim como a parte teórica e a sua aplicação prática, com o intuito de desenvolver a cognição e melhorar o comportamento socioemocional, valorizando o trabalho em equipa.
Queremos ter indivíduos que caminhem numa sociedade conflituosa, pouco reflexivos, menos ativos socialmente, mais espetadores que protagonistas?
A escola deverá ser colaborativa, estimular a reflexão, o olhar crítico e a importância de uma visão do presente e do futuro, de modo a atuar para o desenvolvimento de um mundo melhor.
Passar a estar mais em off-line do que on-line, deveria ser o mote.
Cabe aos educadores esse papel de desenvolver integralmente o discípulo e estimular o protagonismo intersocial no mundo, criando autonomia, responsabilidade, criatividade e troca de conhecimentos mútua.
Os estudantes da geração Alpha, se tiverem uma educação focada no protagonismo e nas competências socioemocionais, terão certamente a capacidade de se tornarem cidadãos mais conscientes e adotarão práticas para transformar as desigualdades sociais e promover as mudanças necessárias para o mundo que se pretende renovado.
Nota: Este artigo foi escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico