Não tenho medo de me mostrar como sou.
Tenho medo é de quem não compreende a realidade de que sou feita e por isso me transforma numa fantasia que inverte o meu sentir. Tenho medo de quem finge que não repara em mim e depois vai por aí distorcendo a minha verdade.
Quem me critica não me incomoda, o perigo está naqueles que silenciosamente condenam o que não sou. Aqueles que me imaginam à sua imagem e pintam de cores que não existem. Aqueles que olham para o meu rosto e julgam que um sorriso é sinal de felicidade.
Talvez esta filosofia de vida se aprenda com o passar dos anos, Talvez esteja a ficar velha, ou quem sabe tenha crescido por dentro e aprendido à custa das muitas quedas que a vida me obrigou a dar para que visse a realidade de tudo o que me rodeia.
Viver não é fazer tudo na perfeição.
Viver é aprender com os erros. Viver é perder o medo e ganhar a liberdade de poder decidir para que lado quero ir. É deixar de escutar quem não nos entende e mostrar-lhes por onde é o caminho certo. Só me seguirá quem o fizer livremente, ou outros serão apenas figurantes na minha história.
Não tenho vergonha de ter sonhos, nem sequer de admitir que muitas vezes tive de desistir de alguns.
Essa é a realidade da vida, não podemos ter tudo e temos que aprender a escolher. São as escolhas que nos moldam e quem diz que conseguiu realizar todos os seus sonhos está a mentir. Quem diz isso está a ocultar a parte mais escura da sua vida, porque na realidade todos passamos pela escuridão para depois podermos ver com clareza de que lado está o que é melhor para nós.
Não tenho medo de me mostrar e sabes porquê?
Porque sou assim, tenho todas estas curvas que a vida me quis desenhar e em cada obstáculo que encontrei pelo caminho ficou uma marca minha para que ninguém duvide de que sou assim e não quero mudar.
A vida é minha, as opiniões são dos outros que nem sempre me conhecem.
Somos mais do que cérebro. Por muito que já se tenha escrito sobre o assunto, a verdade é que a realidade da vida não se resume exclusivamente ao corpo e à razão. Somos também o que o coração sente naqueles momentos em que a mente fica para trás e é o sentimento que escolhe qual o caminho que quer seguir.
Não somos tão fortes como o mundo nos faz. Dos nossos olhos brilhantes também caem por vezes algumas lágrimas e o sorriso colorido muitas vezes é só um disfarce para tentar enganar a tristeza que nos persegue.
Não tenho medo de mostrar quem sou e de chorar quando me dói a alma. Talvez porque sou tão normal como qualquer outro ser humano, com uma pequena diferença é que não julgo ninguém.