Todas as mães, quando têm filhos homens têm, entre vários objectivos, um em especial: criar um cavalheiro. Como educar um pequeno rapaz para se tornar um cavalheiro no futuro?
No meu dia a dia, observo a interacção entre mãe e filho, com alguma frequência, e dou por mim a observar aqueles que serão no futuro os “nossos homens”. Confesso que sinto algum receio como mãe, pois, a sociedade, na minha opinião, está a tornar-se cada vez mais competitiva e reactiva a nível comportamental. O que faz com que a educação que muitas vezes damos aos nossos filhos, tenha como base a manipulação emocional, jogos de poder, etc.
Depois de conversar com algumas mães, constatei que a maioria projecta nos filhos os seus medos, receios e até mesmo traumas ligados ao sexo masculino. No fundo, como educadores tentamos sempre dar o nosso melhor e o “melhor” passa por incutir bons valores, tendo respeito pela individualidade dos nossos meninos. O que acontece muitas vezes é a imposição por parte da mãe e do pai sobre o que é certo e errado, não havendo o respeito ao livre arbítrio da criança. “Tens que fazer assim, porque é bom para ti” – oiço isto tantas vezes por aí… Quando o correcto seria sentar com os nossos meninos e perguntar “o que é importante para ti?”
Educar os nossos “pequenos rapazes” para serem cavalheiros não é tarefa fácil. Contudo, guardo em mim a esperança de que tudo flui melhor sempre que conseguimos passar a mensagem da honestidade e do respeito a nós mesmos e aos outros.
Com o passar do tempo, “os nossos meninos” vão começar a ter a acesso a outros valores e ideais que não são os nossos, mas sim aqueles que eles consideram importantes para si próprios. Cabe a nós aceitar que estes pequenos seres têm direito às suas escolhas e consequências das mesmas.
Após conversar com algumas mães, cheguei à conclusão que as mesmas não educam o “pequeno rapaz” com o objectivo de ele vir a ser o típico cavalheiro, que abre a porta para a mulher passar, ou que oferece o jantar. Educam para que ele respeite e acompanhe a mulher na sua individualidade, admirando a sua forma maravilhosa e diferente de ser.
Para estas mulheres, o mais importante não é ter alguém que lhes pague as contas ou puxe a cadeira, quando se vão sentar, mas sim alguém que as respeite e ame. Se junto a isto vierem as flores… Temos cavalheiros garantidos.