Para o homem primitivo, a noção de espaço era um mistério incontrolável. Para o homem da era tecnológica é o tempo que tem esse papel.
– Herbert Marshall McLuhan
Desde que o Homem levantou os olhos para o céu foi sempre o nosso desejo saber o que se encontrava para além do nosso Mundo e, com o passar das eras desejou saber mais sobre de onde viemos e para onde vamos e de como se formou o Universo.
A NASA estabeleceu um programa designado de “New Frontiers” para poder estudar o Sistema Solar, a sua origem e formação. Venho aqui falar-vos um pouco da missão ao planeta Júpiter que tenho vindo a acompanhar desde o seu início, em 2011. Esta missão foi designada como JUNO, em honra à deusa romana esposa de Júpiter e também porque o acrónimo da sonda é “JUpiter Near-polar Orbiter”. Alguns factos acerca da sonda JUNO que para chegar a Júpiter demorou 5 anos na sua viagem:
Foi construída pela empresa Lockheed Martin Space Systems de Denver, CO, USA.
- Tem 3,5 metros de altura por 3,5 metros de diâmetro
- É movida a energia solar através de 3 painéis solares
- Tem 12 propulsores e 9 instrumentos científicos
- É feita em material composto de carbono avançado com uma estrutura em favo de mel
- É a primeira sonda com um cofre feito de titânio e projetado para proteger os componentes eletrónicos que são sensíveis à radiação perigosa no espaço.
Quais os objetivos principais desta missão? A sonda JUNO tem como missão descobrir e explorar o maior planeta do nosso sistema solar e proporcionar um estudo mais detalhado de Júpiter. Apontando os seus instrumentos e câmara e vendo para além da atmosfera de Júpiter, a missão irá revelar processos fundamentais da formação e evolução inicial do nosso sistema solar.
O objetivo de JUNO é de entender a origem e a evolução do planeta gigante de gás, que abrirá o caminho para uma melhor compreensão do nosso sistema solar e de outros sistemas planetários que estão a ser descobertos em volta de outras estrelas.
A sonda, de momento, encontra-se a estudar o núcleo sólido do planeta, está em processo de mapear o campo magnético e gravitacional e a analisar as famosas nuvens rodopiantes que formam a colorida atmosfera de Júpiter.
Recentemente, a sonda apontou os seus instrumentos para a Grande Mancha Vermelha para poder responder à eterna questão: Há água em Júpiter e, se há, quanta há? A sonda detetou a assinatura química da água acima das nuvens mais profundas do planeta e os cientistas aqui na Terra encontram-se em franca análise dos dados enviados.
Explora e estuda também a magnetosfera de Júpiter perto dos polos do planeta, principalmente o fenómeno das auroras que existem lá como aqui, fornecendo assim novos dados sobre como o campo de força magnética do planeta afeta a sua atmosfera.
A sonda foi lançada em 5 de agosto de 2011, partindo da Estação da Força Aérea em Cabo Canaveral, na Flórida, a bordo de um foguete Atlas V-551. Em Outubro de 2013, fez uma passagem pela Terra para que pudesse usar a gravidade do nosso planeta e aumentar a sua velocidade para seguir caminho para Júpiter. Chegou ao gigante de gás a 4 de julho de 2016, depois de viajar 2,8 bilhões de quilómetros. A sua data prevista para fim da missão era a deste ano de 2018, mas, devido à necessidade de completar o mapeamento do planeta, a missão foi prolongada até 2021.
Eu tenho tido o prazer de acompanhar esta e outras missões da NASA e, se vos agucei um pouco a curiosidade, podem visitar os websites dedicados, onde encontrarão mais informações, imagens, vídeos e relatórios da missão:
E agora vou tomar um café, porque isto cansa… até já!