Li esta semana um post no Facebook, de quem não sei o autor, que de alguma forma me tocou profundamente: a humanidade sempre teve medo de mulheres que voam. Sejam elas bruxas, sejam elas livres.
De facto, o que assusta nisto de ser mulher? Onde está todo este poder feminino e no que consiste, que tanto intimida, tanto mexe e que tão grandemente produziu dissertações e discussões ao longo da história? Qual a justificação para calarmos a voz das mulheres, ainda em pleno século XXI, um pouco por todo o mundo?
Sem dúvida que andamos um pouco perdidas nesta imensidão de papéis dentro da sociedade. É-nos exigido tanto, que nem sabemos por onde caminhar ou agir. O mundo continua doente de desequilíbrios.
A humanidade esqueceu-se que para a sua evolução todos os pontos fortes e limitadores são importantes, que homens e mulheres são complementares neste balanço global. Que de outra forma não avançamos como seres humanos e a própria vida fica estagnada, imersa em profunda desorientação.
Todos os factores que contribuem e engrandecem as mulheres são postos em segundo plano, muitas vezes pelas próprias mulheres. É sinal de fraqueza a harmonia, o estético, o detalhe, a generosidade, a preocupação, cuidar, acolher. O conhecimento e a independência financeira de uma mulher são sempre postos em causa: a demonstração de inteligência e a liberdade assustam. A liberdade sexual é questionada, quando ser livre implica o poder da escolha.
A força de uma mulher caracteriza-se em pleno voo. Na sua capacidade de ser. De se conhecer e de não ter medo de demonstrar quem é. De não recear assumir o seu lado feminino nas mil e uma tarefas que tem de cumprir, na aptidão de desempenhar qualquer uma delas, na obstinação de enfrentar o que quer que seja.
Já Osho afirmava que se em todo o mundo fosse dada liberdade às mulheres de desenvolverem o seu potencial, muitas seriam iluminadas e o próprio mundo beneficiaria com isso. Quantas Marie Curie existiram ou existem, sem que lhes fosse dada uma mínima oportunidade?
Bom seria que mulheres e homens se tornassem cada vez mais fortes e ambos desempenhassem, sem catálogos, o seu papel neste mundo. Excelente seria que ambos reconhecessem que a sua força também reside no reconhecimento que dentro de si existem qualidades masculinas e femininas que requerem equilibrar e transparecer.
Melhor seria que bruxas ou livres para voar, todas as mulheres se apercebessem que basta serem quem são. Basta serem mulheres. E olharem dentro de si com fé, confiarem na vida, reconhecerem que o que temos de fortes também temos de fracas mas que é na nossa capacidade de escolha que podemos avançar para uma maior clareza e sermos quem viemos ser.
Esta é uma das melhores formas de se poder voar.