Alice Ann Munro nasceu a 10 de julho de 1931 e foi a 13.ª mulher a ganhar o prémio Nobel da Literatura. Além disso, é também a primeira vez que ganha um autor cujas obras têm como base o conto. Característica especifica do trabalho de Munro. Alice nasceu em Wingham, Ontário, no Canadá, começou a escrever em adolescente, a sua primeira obra foi publicada em 1950, enquanto se encontrava a estudar Jornalismo e Inglês, na University of Western Ontário.
A Academia Sueca reconhece que Munro é um “mestre do conto contemporâneo” e que “embora seja essencialmente conhecida como contista, mostra a profundidade, sabedoria e precisão que a maior parte dos ficcionistas só consegue alcançar numa vida inteira a escrever romances”.
Apesar das inúmeras rejeições por parte das editoras, a autora nunca desistiu e superou as limitações impostas à sua carreira pelas responsabilidades do casamento e da maternidade. Algo que também incorporou nos seus contos. Bem como o ambiente social e cultural do seu país de origem.
Com uma escrita simples e acessível, o leitor tem a sensação de que lhe estão a contar uma história de modo verbal e não que está de facto a ler. No entanto, as personagens mantêm a sua essência e complexidade. Munro não menospreza as capacidades dos seus leitores e consegue envolver cada um, nos seus enredos, em que qualquer sensação é imensa.
Desde a mulher que não consegue amar o seu filho recém-nascido e a mulher de meia idade cujo peito começou a descair, à família que lida com o Alzheimer, todas as personagens passam a sua mensagem de forma sublime, elevando a prosa da vida ao lirismo dos seus livros.
Alice Munro tem apenas um romance, Lives of Girls and Women, de 1971, no entanto, a forma como a autora escreve a vida da personagem Del Jordan em pequenos recortes, faz com que este livro seja uma coletânea de contos a acompanhar a vida de Del. Retratada como uma forasteira, insatisfeita com o rumo que a sua vida levou ao viver numa pequena cidade, que só quer expandir a sua mente para além do que vive até ao momento. Esta obra é considerada um retrato das principais ideias feministas.
Aos 82 anos, Alice disse que se iria reformar, algo que até hoje se verifica. No seu último livro, Dear Life, aborda a velhice e a progressão da mesma. O medo que existe em relação ao futuro, mas, no entanto, a gratidão pelo facto de ter vivido.