Hoje em dia, tudo serve de mote para formar uma horda com uma estirpe altamente fértil no que toca à imaginação e impressionantemente credíveis para os mais distraídos ou para quem não está em sã consciência.
O facto de existir negacionistas em tudo quanto é lado, assemelhando-se a cogumelos, já é aborrecido o suficiente. Piora, contudo, quando estes dedicam-se à sua causa, corroborando os seus argumentos com pesquisas e factos científicos, onde as referências serão, provavelmente, de umas gravuras rupestres dos neandertais.
Tudo serve de palanque para uma boa teoria da conspiração e eles, os negacionistas da(s) vacina(s) puxam dos galões para impor a verdade desta paranoia colectiva.
Quando a ciência anda taco a taco com os negacionistas e os anti-vacinas, algo está, efectivamente, errado e, aqui, está a prova que a ignorância é atrevida, conseguindo colocar vidas em causa, até.
Já não era suficiente as teorias da conspiração do novo Coronavírus, agora, têm chegado, às doses e meia doses, as teorias sobre as vacinas COVID-19.
As teorias da conspiração contra a vacina COVID-19
Bill Gates, o favorito nas teorias da conspiração
As vacinas contra a COVID-19 têm micro-chips que recebem sinais 5G.
Segundo “estudos”, permitem o controlo do corpo humano e as funções dos órgãos podem ser interrompidos, conseguindo, se assim o quiserem, “reactivar” o vírus a qualquer momento. Escavando mais um pouco, dentro desta teoria, há um pormenor fantástico que devo referir para quem aprecie uma boa teoria da conspiração (agradecem-me depois): após a inoculação, poderá haver controlo e domínio mental fazendo com que o vacinado seja obrigado a cooperar com uma Nova Ordem Mundial.
Nada disto é surpreendente uma vez que tivemos a oportunidade de ver os vídeos que se tornaram virais, como um fact check, com ímanes colados ao braço após terem sido inoculadas. Contudo, porém, é surpreendente o facto de torres 5G terem sido incendiadas no Reino Unido…
Ironicamente, as vacinas não têm qualquer metal na sua composição e a tecnologia 5G é apenas uma forma de transmissão de dados. Mas, se a primeira teoria está na internet, é porque é verdade.
Bill Gates, assim, está mais uma vez envolvido noutra teoria da conspiração. Gates é quem está por trás da tecnologia 5G e, também, segundo alguns, está por trás do novo coronavírus, não nos esqueçamos disso. Já para não falar nos lucros que a Fundação Bill e Melinda Gates obtem com as vacinas, dizem eles, os teóricos.
A modificação genética
Sabiam que as vacinas COVID-19 são projectadas para transformar Organismos Geneticamente Modificados (GMOs)?
Por outras palavras, as vacinas são capazes de mudar o código genético das pessoas, transformando-as, assim, em organismos geneticamente modificados, com alterações genéticas permanentes e desconhecidas no corpo de uma pessoa. Ou seja, alteram o ADN e substitui o código genético.
Embora os cientistas digam que as vacinas, pelos vistos, sobre plataformas de DNA ou RNA não alteram o código genético das células humanas, em contrapartida, a horda diz que sim.
70º negativos
A vacina Pfizer tem de ser armazenada a 70 graus negativos por uma simples e rápida razão: a Pfizer contém nanopartículas mortais nunca utilizadas em outras vacinas.
Outra pesquisa aponta que esta vacina provoca infertilidade devido a (outras) nanopartículas de mRNA já encontradas no cérebro, coração, fígado, ovários e testículos.
O relatório de avaliação da EMA (Agência Europeia de Medicamentos) sobre a Pfizer desmente esta teoria. Mas ficamos a saber que a Pfizer tem diversas nanopartículas à escolha do freguês e da teoria da conspiração mais conveniente.
Há quem diga, também, que esta vacina pode aumentar os seios. Mas, neste ponto, que os cirurgiões plásticos que se preocupem com a concorrência.
O Autismo
Este argumento já tem barbas e, sinceramente, é um pouco entediante.
Para os entusiastas de teorias da conspiração, compreendo que este argumento não seja o mais estimulante, contudo, veio à baila e não podia, simplesmente, virar-lhe costas.
Como já escrevi outrora sobre as vacinas, escrevi, também, sobre o Dr. Andrew Wakefield, médico britânico, que, em 1998, publicou um artigo científico afirmando que determinadas vacinas causavam autismo.
“Mais tarde, veio à tona a verdade: o médico recebera uma valiosa quantia de dinheiro de um escritório de advogados para disseminar esta teoria ridícula em prol dos clientes dos advogados que estavam em fase de processo contra uma indústria farmacêutica.
Este médico respondeu legalmente por ter forjado resultados da pesquisa, por corrupção e, naturalmente, ficou sem a carteira profissional – e o artigo foi apagado pela comunidade científica. Mesmo assim, ainda há pessoas que acreditam e clamam que a vacina causa autismo.”
E, para não quebrar o fio condutor, naturalmente que eles defendem que a vacina COVID-19 causa autismo.
Militares ucranianos
Há rumores de que soldados ucranianos, 4 militares e uma pessoa não identificada, morreram durante um ensaio da vacina americana.
As forças armadas ucranianas negaram e garantiram que nenhum teste foi realizado com os soldados e responsabilizaram a Rússia pela falsa propaganda e teoria.
Contudo, para os teóricos, onde há fumo, há fogo….
Conclusão (de nada…)
É incrível onde a desinformação pode chegar e como a internet e toda a possibilidade e poder de reunir informação pode virar-se contra a ciência, realidade e discernimento.
Sabiam que a população de hoje é mentalmente mais atrasada e anti-científica do que no século passado? E não, não é nenhuma teoria, muito menos conspiratória. Basta olharmos para a história da vacina da varíola, mas isso já são outros quinhentos…
Após a pesquisa para este artigo, atesto algo que li algures pela Internet, quando o autor de uma publicação, numa rede social qualquer, disse que para se ser negacionista e anti-vacina COVID-19 é necessário bastante pesquisa e estudo. A ignorância e a estupidez são, de facto, susceptíveis a grandes aprendizagens e dedicação.
Até à data, enquanto este artigo foi escrito, Portugal está prestes a chegar aos 85% da população vacinada e está no topo do ranking mundial da vacinação! Perfeito!
Bato continência ao vice-almirante Gouveia e Melo que, mesmo em combate a este flagelo pandémico, tem que levar com insultos e ofensas de acéfalos, no centro de vacinação de Odivelas.
Sai uma vacina contra a ignorância, se faz favor. Bem fresquinha!