Antes de iniciar este artigo gostava de me apresentar:
O meu nome é Marília Pereira, tenho 26 anos e nasci em Portalegre. Neste momento estou a viver em Sintra e a trabalhar no Barreiro. Gosto de passear pelas ruas do Bairro Alto, gosto de dormir, ler e fazer exercício físico. Detesto transportes públicos, mas ainda não tenho o meu próprio carro. Sou casada e mãe de um menino. Na faculdade estudei História da Arte e gosto de pintar quadros nos meus tempos livres.
O que é que posso dizer mais sobre mim?
Sou simpática e empática, desorganizada, calma, perspicaz, tímida e infelizmente pouco pró-activa. Além de tudo isto, não gosto de queijo e detesto conversas fúteis.
Ah! Também sou uma grande… mentirosa!
Se tiveres intimidade comigo vais saber quais são as informações acima que estão erradas. Se me conheces, provavelmente, vais ter palpites. Se nunca ouviste falar da minha pessoa, poderás sentir que te fiz perder tempo ou até poderás sentir que te enganei.
Ao pesquisar no dicionário, li que a mentira é um substantivo feminino e que é sinónimo de “engano, ludíbrio. (…) Hábito, costume ou vício de mentir; falsidade.”
O que o dicionário não refere são os efeitos que a mentira causa.
Porque é que mentimos? Existem mentiras piedosas?
É legítimo mentir se não causar nenhum dano aparente?
Honestamente, eu não gosto de uma coisa que seja forjada, prefiro saber a realidade dos assuntos, das pessoas, do mundo.
A mentira causa um impacto de desilusão muito grande naquele que se sentir lesado, pois as relações, sejam elas de que tipo forem, pressupõe como principal base a confiança.
Ao longo da minha vida, já sofri imenso por causa de mentiras que me foram ditas. Mentiras que protegiam as pessoas que as disseram, mas que me infligiram dor emocional. No entanto, é certo que também eu já menti.
Quem nunca disse aos pais que ia para um sítio, quando na realidade ia para outro?
Hoje considero que parte da mentira se trata de falta de empatia. Queremos “safar-nos” sem pensar naquilo que isso causará.
O sentimento de engano, desilusão, ultraje, humilhação, é um veneno para o nosso psicológico.
“Ah, Marília, mas existem verdades dolorosas que também vão causar feridas.”
Então escolhe: preferes viver com a verdade ou com a mentira?
Ser verdadeira já me trouxe danos em relações, em entrevistas de emprego, até em dinheiro. É difícil sermos sempre certinhos.
Pode ser complicado não mentir na totalidade, mas há uma verdade que tem de ser sempre contada, que é aquela que dizemos a nós próprios!
Ainda há outra coisa em que andei a pensar quando refleti sobre este tema: ser verdadeiro em demasia.
Assumo que essas são aquelas pessoas que se intitulam como verdadeiras, e usam isso como mote para não terem limites no que dizem ou fazem, e com isso, desrespeitam o outro.
Portanto, meus caros, a vida é um equilíbrio.
Não sejas mentiroso, mas também não sejas desrespeitador.
Não te esqueças, a mentira como fuga não é a solução, porque “mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.”
Para terminar deixo-vos parte da letra de uma música que eu ouço sempre que este tema surge:
“A mentira do vosso amor
Está na fonética da própria palavra
Que banalizas diariamente
Eu nunca amei com o vosso amor
Eu sempre deixei o bater do meu coração
Compassar os meus movimentos
Hoje chamam-me de sonhador.”
(Valete)
Vive em verdade contigo e com os outros, isso é amor.
P.S. – Todo este artigo pode não passar de uma grande mentira!