Faz 4 anos que perdi uma das minhas melhores amigas. Na batalha que pelejou, venceu o anjo mau.
Ainda hoje dói tocar no assunto. Conforme vamos perdendo os nossos amores, uma peça de nós mesmos também vai ficando pelo caminho.
Já algum tempo que travava uma guerra interior sem vencedores. Durante muito tempo, senti-me culpada por não ter estado mais presente ou não ter visto nas entrelinhas os sinais de SOS. Desculpa! Ai, desassossego…
Vem esta data a propósito dos tempos que passamos e em que o confinamento, com tudo o que isso implica, tem despoletado um aumento exponencial de perturbações do foro psicológico.
Há muito tempo que comparo a nossa psique ao oceano. Há mar e mar, há ir e voltar. Temos momentos de pacificação, outros de tempestade, outros de aguadeiros, e no meio destas oscilações a que chamamos vida, vamos tentando ser os capitães da nossa alma, como Nelson Mandela referia.
Não existem super-heróis, esses, só mesmo em Hollywood e na banda desenhada. Nós fazemos o melhor que pudemos nas circunstâncias em que nos movemos. Há quem passe barreiras, há quem caia de joelhos e não há aqui juízos de valor.
Cada pessoa é um universo, e só vestindo as calças do outro, seria possível compreender os porquês.
Não temos de ter vergonha em mostrarmos a nossa vulnerabilidade e em procurar ajuda. A existência é um jogo de cadeiras e hoje tu amanhã eu.
Espero que as autoridades estejam atentas a esta realidade e que as respostas sociais consigam corresponder às solicitações.
Esta não é uma reflexão de tristeza, mas de profundo Amor. Por nós, e por aqueles que nos tocam o coração.