Definindo-se como uma “cantadeira”, Joana Lisboa esteve à conversa connosco e contou-nos as várias fases da sua vida enquanto cantora e instrumentista e o porquê das suas escolhas. Contou-nos ainda porque prefere a música experimental a qualquer outro género. Fiquem para descobrir Joana Lisboa.
Como é que a Joana Lisboa se define?
Defino-me, acima de tudo, como um ser humano curioso que gosta de cantar e de fazer harmonias com a voz. Sou cantadeira, por definição.
No meio de tantos géneros em que já trabalhaste, qual foi a melhor experiência?
Adoro trabalhar em ambientes experimentais com pessoas criativas, onde não existam tabus: tudo é válido no momento da criação, sem julgamentos. A selecção para o mundo exterior é outra história… no meu caso, só aparece depois do processo cru de criação. Já tive o privilégio de sentir isto com vários amigos músicos durante o meu percurso musical. No momento, pretendo devolver essa essência experimental ao projecto Joana Lisboa nos espectáculos ao vivo com os músicos com quem trabalho em banda.
Porquê arriscar num projecto colectivo só aos 23? Quais são para ti, as vantagens de trabalhar sozinha comparativamente a trabalhares numa banda de covers?
Na verdade, não foi algo que tivesse escolhido – até então a musicalidade estava lá, mas foi só aos 23 anos que encontrei parceiros musicais com quem pude extravasar a minha arte e a minha paixão. Um grande obrigada ao Christopher Pham. Prefiro sempre partilhar a música com outros músicos, é sempre mais mágico!
Depois de passares pelo Rock e Grunge, porquê a escolha de Jazz como escolha de vida profissional?
O Rock e o Grunge eram escolhas típicas de adolescente, apesar de gostar muito… foi o jazz que sempre esteve presente na minha vida, quer através da audição dos discos do meu pai, quer como música favorita. Pareceu-me o caminho mais lógico a seguir, visto que a afinidade era grande.
Como é passar de aluna a professora? Consideras-te, como professora, mais maternalista, ou severa?
Na verdade, não me considero uma professora, mas sim uma facilitadora de consciência, estou lá para encaminhar o processo do outro através da partilha de consciência vocal. Nas minhas aulas aprendo tanto como partilho, por isso diria mais que sou parceira no processo de aprendizagem do aluno. É uma simbiose. Não existe um papel hierarquizado. Somos iguais.
Que cantores nacionais e internacionais tens como inspiração para os teus projectos e até mesmo para ti enquanto pessoa?
A lista é infinita, e os géneros idem, mas posso mencionar quem no momento me tem inspirado para materializar a minha música: Kimbra, London Grammar, Tune-Yards, Radiohead, Bjork e todos os artistas a solo que tenho encontrado nas minhas buscas musicais. Inspiram-me a ser cada vez mais eu em palco e a esquecer as vergonhas. 🙂
Deste novamente outro salto, do Jazz para a música experimental, porquê?
É a minha essência experimentar, descobrir algo novo todos os dias, e a minha música é um reflexo disso.
Fala-nos de “Rascunho” e “Escrever”.
É um EP resultante dos meus temas originais a solo, onde André Cabrita (baixo), Rogério Nunes (teclados) e Ricardo Fialho (produção electrónica) fizeram a sua magia e transformaram algo experimental e muito intimista em temas multi instrumentais, com diversas origens musicais (Rock, pop, electrónico, jazz, entre outros) e muito agradáveis ao ouvido.
Escrever é o tema mais jazzístico do EP e conta-nos a história de como o acto de escrever mexe com a nossa criatividade e o nosso mundo interior. Têm de o ouvir, sem dúvida! 😉
Que planos futuros tens? Estará incluída a continuidade a dar aulas? Ou outro salto musical?
O plano continua a ser o mesmo: continuar a tocar, cantar e partilhar aquilo que sei melhor fazer: cantar, seja sob a forma de aulas, de álbuns ou de concertos.
Os saltos musicais são imprevisíveis, a ver vamos! Só posso sugerir que fiquem atentos! Mais novidades estão para vir! 🙂
Como cativarias o público para as tuas actuações?
Tudo é possível de acontecer nos meus espectáculos: Eu a solo com a minha máquina de fazer loops, com convidados especiais ou em banda num formato mais rock. É ver para crer! 😉