A fotografia tem o poder de eternizar momentos, de contar histórias [sem palavras e com tanto para dizer] e de revelar modos de ver o mundo, num único registo capaz de tornar tudo para sempre. A fotografia vai muito para além da realidade que foi vivida e registada pelo fotógrafo, pois traz consigo a capacidade de multiplicar perspectivas, tantas quantas as de quem a observa, de acordo com as vivências de cada um. É este poder de nos transportar para momentos e de fazer recordar histórias tão diversas que faz da fotografia uma arte viva e bela.
No dicionário da língua portuguesa a fotografia é definida como a arte de fixar a imagem de qualquer objecto numa chapa ou película. Porém, tal significação é demasiado diminuta para o que põe em cena tantas e tão diversas realidades. A fotografia é vida sob diversas perspectivas, porquanto a partir de uma única imagem, fixa e aparentemente estática, faz-nos irromper numa viagem feita de recordações, de sentimentos e de sentidos.
No entanto, não obstante esta capacidade de a fotografia nos transportar para as nossas próprias vivências, por detrás de tudo o que ela mostra, em boa verdade, há uma única história, a que só o fotógrafo conhece, a da realidade que aconteceu quando o seu estado de alma e a paisagem [objecto] se fundiram num registo de perfeita sintonia, inenarrável e único, o daquele momento pertencente àquela pessoa e ao seu olhar profundo.
Anualmente, a 19 de Agosto, comemora-se o Dia Mundial da Fotografia, num pretexto para celebrar a invenção do daguerreótipo, um processo fotográfico desenvolvido em 1837 pelo artista francês Louis Daguerre, uma descoberta que a 19 de Agosto de 1939 o governo francês anunciou como um presente “grátis para o mundo”. Eis o início da celebração desta arte, que mostra tanto sobre o mundo e nos diz tanto sobre nós.
Quem é que diz que a fotografia é uma imagem fixa?! É tudo menos isso. A fotografia traz consigo vida e movimento num despertar de sentimentos e de sentidos. Para o bem e para o mal, a fotografia reconstrói, eterniza e dá asas à nossa imaginação, retratando [e projectando] uma simultaneidade de experiências, de aromas, de sabores, de toques, de sons, de alegrias, de tristezas, de incertezas, de medos já passados, de luz, de contraste, de beleza, de contemplação, de prazer, de olhares…
Há um mundo de sentimentos e de vivências cujas brisas se deslocam do passado para o presente, numa instantaneidade temporal que perpetua os momentos. A fotografia é arte em movimento.