Era uma vez um tambor.
Não, eu não tinha um tambor que me fora dado, quando era pequeno e que guardo com muito sentimento. E não o revisitei este fim de semana, quando subi ao sótão. Esta semana poupo-me/vos a um momento lamechas… ou talvez não.
O meu tamborzinho é o Tambor de Lata, de Günter Grass, editado em 1959. O escritor faleceu na segunda-feira, dia 13 de Abril, com 87 anos. A sua perda é uma ocasião para nos debruçarmos um pouco e atentar à sua obra. Com a certeza que podendo ser difícil, é rica naquilo que extraímos dela. Uma perspectiva única, de um tema sempre presente – a II Guerra Mundial -, um sentido muito próprio de caracterizar e definir coisas que podem não nos ser vizinhas, ou conhecidas, mas que, pela sua eloquência, se tornam nossas.
Li-o num idioma estrangeiro, o que me fez demorar algum tempo extra e me retirou algum do sentido, mas também me fascinou e fez-me descobrir novos vocábulos e expressões. Não será recomendável, mas, no momento, era o exemplar que tinha disponível. Necessariamente terei de reler agora em português. E terei de completar a trilogia. Descubram mais sobre os seus livros aqui. E folheando-os, claro.
O dia em que Grass falece é um dia para nos lembrar que ainda não lemos um dos seus livros. Ou que já não o relemos faz tempo. É que há muitos livros e um tempo limitado para os ler a todos. Porém, ao ler ou reler o Tambor não estaremos a perder tempo.
Fica o desafio.