É estúpido. Está resolvido!

Recordam-se de, no meu último artigo que foi aqui publicado, eu ter ressalvado que o mal da Zona Euro está nos rótulos e falta de cooperação entre os Estados-membros que compõem a dita zona?

Ora, estava eu a folhear o jornal Metro para me pôr a par das notícias do dia e a determinada altura deparo-me com um título que me chamou desde logo a atenção. O dito cujo dizia o seguinte: “Pedido de indemnização da Grécia é estúpido”. Como o título me chamou a atenção, eis que resolvi ler a notícia para saber quem proferiu tal declaração e vim a descobrir que o autor de tão fabulosa conclusão é nada mais, nada menos do que o Sr. Ministro Alemão da Economia. Ainda segundo a dita cuja, esta declaração surge no âmbito da insistência grega de receber as indemnizações que supostamente a Alemanha deve pelos prejuízos causados na Segunda Guerra Mundial.

Ora, não vou seguir o caminho do deve, ou não deve pagar. A história não foi inventada e os exércitos da Alemanha nazi ocuparam o solo grego e por lá cometeram imensas atrocidades. Para mais, se a Alemanha tem provas de que já pagou tudo o que devia na devida altura, então, que o demonstre, em vez de andar aos berros do alto do seu pedestal de barro.

Contudo, vou seguir o caminho da manutenção da crítica que já fiz no meu anterior artigo. Melhor, vou acentuar ainda mais esta minha crítica, porque não é a apelidar os outros de estúpidos que a crise da Zona Euro se vai resolver. Não é com atitudes “à patrão tasqueiro” que a Alemanha vai fazer valer a sua razão no grave problema do euro. Não é com o recurso a rótulos mal-intencionados que a equipa da Sra. Merkel vai fazer com que as relações entre Berlim e Atenas normalizem. Não é desta forma que se vai fazer da Europa o gigante federado que terá peso e medida no panorama internacional.

Já aqui o disse recentemente e repito: “É preciso ter-se em linha de conta que nem todos os Países do EURO têm o contexto geográfico-político da Alemanha e amigos do Norte da Europa. A Grécia, por muitas reformas que possa fazer, não será nunca como a Dinamarca por exemplo. O mesmo se pode dizer de todo o Sul da Europa. Não existe uma varinha de condão que faça com que as Economias de todos os Países do EURO sejam competitivas, produtivas e senhoras de um mercado de trabalho flexível e competitivo. Por muito que a Europa não queira a Europa do Norte continuará a ser a Europa do Norte e a Europa do Sul nunca deixará de ser a Europa do Sul.

Após tudo o aqui expus só me apraz dizer o seguinte: Por favor, alguém que tire a Schneider TAP X Aventinus Barrique e a Bratwurst da frente do Sr. Ministro Alemão da Economia e lhe dê uma enorme injecção de sensatez acompanhada de aulas de boa educação. É que à frente da Alemanha do Sr. Ministro está uma Europa que já foi unida e que fez do seu país o gigante mundial que é a Alemanha hoje em dia.

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