Racismo social, isso existe?

Está escrita na nossa lei mais importante portuguesa, na Constituição da República Portuguesa, que “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social.” (número 2, artigo 13.º, Princípio da igualdade).

Assim, resta-me escrever e falar deste conceito do racismo social que me deparei com o mesmo há dias, e que ouvi comentarem fazer parte da realidade portuguesa.

Oiço com frequência, moralismos, julgamentos, cochichos, boatos sociais, no mundo laboral (a chamada rádio alcatifa), crenças limitantes, etc.

Importa referir que quando nascemos, nascemos puros e enquanto crianças sem filtros, então, só quero que pensem um pouco em quem falam e comentam da vida de pessoa X, ou de facto tal. Sejam empáticos, humanos e aceitem diferenças.

Independentemente se ser da comunidade LGBTI+, é contra natura, ou se os que vêm de fora vêm tirar os empregos aos portugueses, ou se relações amorosas com diferenças de idade algum quer sustentar o outro e vice-versa… são tantos exemplos e crenças, e penso que deveríamos aceitar mais a diferença, e a individualidade de cada um, até porque ninguém é igual a ninguém. Todos nós vimos de vivências familiares diferentes, e com isso também valores que diferem uns dos outros e que todos os dias de cada um de nós é diferente e assim, vamos desenvolvendo e crescendo em realidades e capacitações diferentes.

Eu fui habituada desde nova a lidar com diferenças culturais no caso, mas não é só no racismo cultural que falo. É também os moralismos, quem se acha dona da verdade, quem julga a vida alheia, sem muitas vezes conhecer nem sequer um terço da história. Não somos ninguém para julgar os outros, ninguém é perfeito.

Diferença é riqueza, diferença é amor, diferença é crescimento e desenvolvimento humano.

Não estamos sós, precisamos uns dos outros, oiçamos mais a diferença, estejamos aberto a quem não é como nós (e ainda bem!). Como já li em tantos lados, “rótulo é para objetos e não para pessoas”.

O que é diferente não tem que ser mau, é apenas desconhecido. A diferença, estimula-nos a derrubar as barreiras entre as pessoas e as nações. Encoraja-nos a expandir os nossos horizontes e ampliar a nossa visão, passando de uma identidade estritamente local, regional, étnica, racial ou nacional a uma cidadania global que podemos afirmar como o nosso direito de nascimento espiritual.

Celebrem a diversidade, adquiram um olhar mais empático perante essas diferenças. Explorem novos lugares,  adquiram novos conhecimentos e tenham novas experiências. Aprendam novos idiomas, conheçam novos paladares e ampliem a visão do mundo que existe lá fora.

Aceitem que todos somos diferentes, sejamos como formos, temos direito à vida e a viver, como todos nós que aceitamos respirar a cada segundo do nosso bem mais precioso. Aprendam com a diferença uns dos outros. Todos nós temos algo a aprender e a ensinar uns aos outros, senão muitas e muitas coisa de parte a parte.

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