Nunca quis ser professora. Não é que a profissão não seja notável, eu é que nunca senti esse apelo. É verdade que em adulta tirei o curso de “Formação de Formadores”, mas a minha intenção era dar formação a adultos. Inspirar e ensinar jovens é uma ideia completamente diferente.
Sim, insisto no inspirar, acredito que um bom professor deve cativar, empolgar, guiar, iluminar e orientar os seus alunos, se assim não fosse, os professores de línguas e artes não estarão a ensinar também a auto-expressão? E os que se dedicam ao ensinamento em todas as áreas de ciências não mostram a lógica do funcionamento das coisas? Para não esquecer a Filosofia, porque para além de juntar todas as opções anteriores ainda incutem o estruturar do pensamento e oferecem aos alunos as perspectivas de outros pensadores.
A informação disponível sobre este tema indica que os cursos mais procurados são as Engenharias e a Medicina. E eu pergunto: Por que é que os melhores alunos não querem ser professores? Por que é que ser professor não é a primeira opção?
Eu acredito que é por causa do prestígio da carreira e da remuneração, mas há quem defenda que o mercado já está saturado. Para sermos sinceros, os professores já não têm o status de há 30 ou 40 anos, não é verdade? Todos sabemos que naquele tempo, se um aluno tivesse más notas, a responsabilidade era inteiramente do aluno, hoje em dia os professores são maltratados e muitas vezes espezinhados pelos encarregados de educação.
Não me interpretem mal, todos nós sabemos que há maus e bons profissionais em qualquer área, mas os professores são uma classe particularmente mal paga, maltratada e mal apreciada, infelizmente. À luz disto, é fácil de compreender que quem pode voa para mais longe não só para ganhar mais, mas também porque acredito que a sociedade orienta as suas crianças com vista para o futuro. Ou seja, haverá professores no futuro? Claro que sim, mas serão assim tão necessários perante o avanço da tecnologia? Dá que pensar, não é?