Há em muitos – diria que em quase todos – lugares frases típicas ou expressões típicas que nos marcam e que, quando nos falam do lugar, recordamos essa frase ou essa expressão. Quem já lá foi sabe. Quem já lá foi conhece – e reconhece.
“Olhó rebuçado da Régua!!!”. É no Peso da Régua. No Douro. Nas margens deste que a paisagem é doce – tal e qual o rebuçado.
Foram muitas as vezes que já lá – somente – passei. Muitas outras que já lá fiz paragem para continuar viagem. E outras tantas que já lá estive em passeio. A viagem de carro, agora bem mais facilitada em termos de acessos, faz-se bem. Mas há a possibilidade de a fazermos de comboio. De barco. E de barco e comboio. É tão bonito! É passear na Natureza. Numa paisagem em que o Douro partilha o protagonismo com as margens.
As senhoras dos rebuçados fazem parte deste sítio desde sempre. Rebuçado da Régua. Torrões. Figos – ou alguma outra fruta da época. Estão sempre lá, perto da estação, a vender.
A comida da região é deliciosa. Conseguimos comer bem, saboroso e com qualidade. Em alguns sítios conseguimos também dar alimento à visão, e desfrutar da refeição com vista para o rio. Durante o dia, mais corrida e com mais adrenalina. Podemos apreciar os desportos que são praticados no rio – remo, caiaque ou simples mergulhos. Á noite sobressaí o luar e as estrelas, refletidas no Douro, que o tornam mais romântico e brilhante.
O turismo é bem notório quando comparado com anos anteriores – bem muito anteriores – mas a zona mantém a sua simplicidade. Os cruzeiros no Douro são uma constante. As entradas e saídas de pessoas por aquele local são diárias e expressivas. Até porque o passeio de comboio – cuja paragem mantêm os seus traços antigos – é também uma excelente opção.
O Douro está na moda. O Peso da Régua incluído. Fazem parte dos roteiros de quem nunca lá foi e, nesta crescente corrente, quer conhecer. Mas a moda também se (re)faz. E há coisas, pessoas e lugares, que nunca saem de moda. Passem os anos que passar – e já passaram alguns – há tradições e costumes que continuam. E ainda bem! O que era chegar à Régua e não ouvir a senhora – filha da que outrora estava ali mesmo, no seu lugar – “Olhó rebuçado da Régua!!!”