Nunca devemos deixar que as tristezas do passado e as incertezas do futuro devastem as alegrias do nosso presente.
O ser humano vive no presente com a expectativa de que o futuro seja infindavelmente melhor do que o tempo atual e ironicamente sempre se auspicia que o que vem a seguir seja melhor do que o que ficou para trás. No entanto e curiosamente, não o sabemos, ninguém o sabe. O que conhecemos é apenas o passado, uma história que é a narrativa da nossa vida, e do caminho por onde fomos pouco a pouco desenhando o nosso percurso.
É da natureza do ser humano cogitar que o dia de amanhã será melhor do que o de hoje, e que o futuro naturalmente seja também melhor e mais salutar do que o presente e passado de onde viemos. Porquê?
Aparentemente sem nenhuma razão palpável, apenas porque nos parece melhor assim… quantas vezes enquanto vivíamos ainda no passado, considerando que o futuro seria melhor e deixando assim de valorizar experiências e até deixar passar pessoas que, observadas à data de hoje poderiam ter feito a diferença no nosso caminho.
Sempre aquela velha pretensão humana de que sabemos muito, ou pior ainda de que sabemos tudo. Pouco ou nada temos para aprender, afinal somos seres experientes que já viveram imensas situações e que acautelam todos os seus passos e opções na vida!
Será mesmos assim? Claro que não. Somos seres expostos às condicionantes da vida e dependentes de terceiros, porque não estamos sozinhos no universo, e afinal todas as nossas acções têm uma reação. E o nosso passado é apenas o resultado das opções que fomos tomando e que nos conduzem ao momento atual, provavelmente poderão projectar-se e até condicionar o nosso futuro.
Do passado seletivamente guardamos apenas as boas memórias, o nosso cérebro elimina os detalhes que resultaram nas imensas frustrações quando não conseguimos o que se pretendia, da dor que sentimos quando alguém não nos amou como era suposto ou até mesmo expectável por nós.
Enfim, guardamos apenas o que seleccionamos como “interessante” para nós.
Nesta sequência, o presente perde o interesse porque é apenas “o agora” e este momento presente não tem a magia do futuro nem a nostalgia do passado.
É apenas presente. Analisando de modo racional toda este cenário e se percebemos que só existe o presente, se apenas no presente conseguimos viver, por que razão estamos tão ligados ao passado e com a nossa cabeça sempre virada para o futuro?
Um futuro que é apenas uma projecção das emoções e expectativas do que consideramos pertinente alcançar para nos sentirmos felizes, fazemos imensos planos, estabelecemos objetivos a alcançar, enfim, é um tempo repleto de possibilidades, aspirações e desejos que queremos realizar. Mas o futuro é apenas uma projeção.
Porque não somos capazes de viver o aqui e agora, se afinal é apenas o que temos? Este momento presente!
Lembro-me que alguém um dia me assegurava que o momento mais importante das nossas vidas é o momento atual, o agora, porque o passado já ficou para trás, o futuro ainda não aconteceu logo não existe, por isso o momento que vivemos se chama presente, como algo irrepetível e singular que nos é dado pela vida para ser desfrutado de forma única e exemplar.