A arte de cozinhar está presente em (quase) todas as cenas, é sem dúvida a grande protagonista do filme. Neste filme, viajamos pela culinária do fim do século XIX (1885), num verdadeiro ritual de ingredientes, tachos, panelas, lumes, paladares, iguarias e ementas.
Os cenários têm um toque artístico. Vislumbramos um jogo de cores no efeito da luz, sombra e penumbra da fotografia.
A direção pertence a Tran Anh Hung, um cineasta vietnamita que desde meados dos anos 90 se posicionou no cinema francês como um contador de histórias sobre relações familiares e amorosas. Possui uma grande sensibilidade.
Os atores principais são Juliette Binoche, como Eugénie, e Benoît Magimel, como Dodin Bouffant, sendo que a ação decorre na casa de campo do gourmet aristocrático Dodin, que tem ao seu dispor o imenso talento de Eugénie, a sua cozinheira
Estes “parceiros culinários” há mais de 20 anos vivem uma história de amor. O companheirismo na cozinha gera cumplicidade e faz despertar o desejo entre ambos. Contudo, Eugénie é um espírito livre e independente. Dodin bate todas as noites à porta do seu quarto, esperando que ela abra. E isso só acontece às vezes, quando ela quer.
Eugénie tarda em aceitar as propostas de casamento de Dodin. Quando fica doente e frágil, decide cozinhar para ela e fazer-lhe uma surpresa muito especial.
Juliette e Benoît viveram um romance na realidade, entre 1999 e 2003. Têm uma filha.
O enredo é uma delícia. Juliette Binoche é uma das minhas atrizes favoritas, e aqui interpreta uma personagem apaixonante, que nos prende à tela.
Vão ao cinema, vale mesmo a pena.