
Vivemos em modo automático, ligámos o motor e enquanto houver combustível, estamos sempre a carburar. Já não sentimos nem respiramos o presente. Será que sabemos como fazer isso?
Desde relacionamentos paupérrimos a crianças sedentas de atenção e pessoas em geral agarradas a vícios nocivos e que pouco desenvolvimento traz à humanidade, há uma roleta de máscaras diárias que cada indivíduo enverga para passar despercebido na rua mas mostrar nas redes sociais. Está tudo certo, porque todos concordam em fazer o mesmo, ou está errado, porque todos concordam que deveriam mudar, mas o medo é maior?
Como é que se desliga o modo automático e passamos a viver como sendo o piloto da nossa viagem?
E se não houvesse amanhã, mudaríamos alguma coisa?
Assumir o comando do volante
Em primeiro lugar, quando pego no volante da minha vida, estou realmente a sentir o poder nas minhas mãos, sou eu que decido para onde vou.
Começo por delinear um objetivo para o momento presente: onde quero estar, se aqui ou noutro local, se a resposta for a segunda opção, devo saber como vou fazer para chegar lá e quanto tempo levo para lá chegar, se necessito ou não de fazer algumas paragens.
Depois do plano, vem a viagem: mais importante do que a própria chegada.
Desfrutar a viagem é como saborear uma deliciosa refeição, sem ansiedade e sem pressa, devem estar de acordo comigo, certo?!
Então porque é que tantos de nós preferem correr a um ritmo desenfreado para ter tudo sempre em ordem e nem apreciam todo o processo de se construir ou fazer algo?
Uma viagem é assim: queremos muito chegar ao nosso destino mas se não estivermos atentos ao caminho ou apreciarmos a paisagem, servirá de alguma coisa?
Quantos é que querem ter logo setenta ou oitenta anos, não vivemos um instante de cada vez?
Assim é a vida: crescer implica aprender. Eu para aprender necessito de tempo e o tempo já tem o seu próprio processo, eu não posso apressar a vida em direção ao futuro.
E o que é o futuro? Ora, nós não somos adivinhos: Não sabemos nada porque o futuro, da mesma maneira que o passado, também não está “presente”. Um já passou e o outro ainda não aconteceu.
Indivíduos que se preparam apenas para o futuro deixam de viver a realidade presente. O contrato de vida é sempre para o agora e se não o respeitarmos, não percebemos as oportunidades que existem aqui e agora.
Deixam de viver porque a vida está no presente. A vida está aqui e agora e não em outro lugar. O futuro é o significado das nossas expectativas. Acreditar na existência do futuro é uma ilusão, pois o futuro não passa de uma irrealidade que se vive no presente.
Mente plena no agora
Meditar exige um estado presente e consciente do momento atual.
É importante, vivenciar a experiência de estar vivo começa por um ponto importante: a respiração.
Quando vivemos em modo automático não respiramos, absorvemos o ar, ou seja, o nosso corpo, sofre por excesso. Metaforicamente o excesso é de tudo: vícios, ambições, pressões, conflitos, insatisfações, etc.
Aqui é importante corrigir a nossa respiração como forma de gerir o resto: como se não houvesse minutos a seguir. Só posso concentrar-me no momento atual por isso concentro-me pela respiração, normalizada, pausada e virada para dentro.
O nosso corpo e mente dependem deste estado, a nossa respiração traz-nos para o aqui e o agora, já repararam neste efeito poderoso?
Quando respiro, tudo se centra neste ato vital, o pensamento não divaga, então eu posso começar a gerir tudo o que me rodeia:
- Apreciar a vida
- Agradecer a quem, ao quê e ao quanto
- Respeitar a natureza
- Autoelogiar-me
- Aceitar o que recebo
- Não julgar o que não compreendo ou não vivo na minha pele
É como se não houvesse o minuto seguinte.
Ao realizarem este exercício, como se sentem? O que mudou?
Vivam agora.