Durante anos, os salários baixos representaram um ponto a favor de países como Portugal, que, pretendendo aliciar grandes empresas a se deslocarem para o seu território, usaram este requisito. Contudo, o surgimento de novas nações destronou Portugal e outros países da Europa que não se conseguem debater com os novos agentes do mercado económico.
O mercado asiático terá sempre uma maior competitividade relativamente aos salários baixos do que países como Portugal, onde esta característica representou, outrora, uma condição atractiva para grandes multinacionais de manufactura se sediarem. Portugal já não é aquele país que, em 1986, entrou na União Europeia e tinha muitas áreas ainda por desenvolver. Na nossa dimensão, já somos grandes e precisamos de apresentar novas soluções que não envolvam remunerações ditas “competitivas”. Aqui a sabedoria popular, mais uma vez, prova que o seu conhecimento não é desprovido de ciência e dá a resposta: na diferença é que está o ganho! Aproveitar ao máximo os recursos endógenos nacionais é o caminho a seguir, Portugal é um país que carrega uma herança histórica suportada por inúmeros factores distintivos tornando-o numa nação com grande potencial.
De acordo com uma estimativa realizada pelo Turismo de Portugal, em 2013, as receitas do turismo deverão ultrapassar os oito mil milhões de euros. Com a aposta em mercados emergentes, nomeadamente o chinês e o indiano, a actividade turística tem sido dos sectores mais prósperos, com tendência a crescer. As campanhas publicitárias lusas têm conquistado alguns prémios internacionais, que contribuem para a imagem do país e a afluência de milhares e milhares de turistas.
A cortiça, um material tão português, também tem feito maravilhas pela imagem do nosso país, promovendo o que de melhor temos. O programa InterCork, campanha publicitária organizada pela Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR), já arrecadou mais de 11 galardões em vários mercados no estrangeiro, onde esta acção promocional da cortiça foi divulgada.
Ainda a aposta na inovação tecnológica, com novas empresas a apresentarem produtos diferentes, mostram que a economia portuguesa tem capacidade para gerar riqueza e que a imagem errada de alguns países sobre os portugueses não corresponde à realidade. A imagem do “Zé-Povinho”, que faz o gesto do manguito, demonstrando toda a sua revolta contra a ineficácia da classe política sem, no entanto, fazer alguma coisa para a situação se alterar, já não é o retracto fiel do português do século XXI.
Os portugueses, de agora, já não querem ficar impávidos e serenos, presos a um destino que não fazem nada para alterar. A classe empreendedora floresce a cada dia, provando que a inércia já não faz parte do quotidiano dos portugueses.