Monopólio

21 de Novembro de 2014, José, tem uma equipa à sua espera no aeroporto. Por norma, ou pelo menos aquilo a que eu estava acostumado a ver, era a malta do futebol ou atletas olímpicos, provenientes dos mais diversos lugares, terem adeptos, apoiantes à sua espera, mas não foi o caso de José Sócrates. Teve boleia, só que não eram os seus apoiantes que o aguardavam.

Entre prisão preventiva, prisão domiciliária, requerimentos, recursos e negas, passam uma quantidade de anos, mais propriamente 6 e uns trocos e em que ponto se encontra o tão mediático caso, o “Marquês”, pois, claro.

Não está tudo na mesma como a lesma, mas o desenrolar do processo leva a mesma velocidade que o molusco.

Confesso, estes processos em que mexe muito dinheiro e inúmero património, faz-me recordar o monopólio, pela sorte com que se ganhava dinheiro ou ainda pela existência de uma safa à prisão, e neste caso onde à mistura de dados, cartas e alguma sorte, José é um tipo sortudo, mas que teimam em manchar neste jogo que se pratica na sociedade.

Antes de mais, vejamos, a sorte, uma combinação de circunstâncias e/ou acontecimentos, que ditam alguns resultados…

Pronto, já está mais que visto, o José, aquele tipo porreiro, não é somente sortudo por ter amigos, é também bafejado pela sorte de igual ou maior significado perante o que caiu por terra. Se lhe foi imputado e não foi provado, é porque não fez.

Há quem tenha ficado pela palavra “prescreveu-se” e não mais se preocupou em verificar tudo ou pouco mais que nada sobre o resto que morreu na praia. Então e os meios que se mobilizaram para a cabal descoberta da verdade? Confesso que não compreendo como é que se pode dizer que a prova é fraca ou que alguns crimes (a terem acontecido) prescreveram. Juro que não entendo.

José, um tipo porreiro, tem sido perseguido por tudo e todos, quando ele nada de ilícito fez.

Quero acreditar que, em resultado que nada se prove, o mesmo corte relações com quem lhe emprestou dinheiro e com todos os outros a quem deu uma opinião ou duas (palavra “favor” sugere a prática de algo menos idóneo), pois colocaram José numa situação nada agradável. É triste os amigos que por vezes surgem nas nossas vidas.

Já dizia o velho ditado, “queres perder um amigo, empresta-lhe dinheiro” e José tem sentido na pele essa celebre frase. Pensando bem, dava um bom título para outro livro.

José, oh, José, não temas! Por vezes, algo tem de mudar para ficar tudo na mesma.

Já Rui Barbosa dizia: “A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta.”

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