Foi recentemente, em Março, que a Netflix lançou a antologia Love Death + Robots, de 18 curtas de animação, pelos realizadores Tim Miller e David Fincher, com episódios de 5 a 17 minutos de duração. Esta nova aposta veio subir em muito, a fasquia da qualidade da plataforma. Nenhuma das curtas é igual à anterior. Umas são sombrias, surreais ou niilistas. Algumas poéticas, macabras e ainda outras, cómicas. O resultado é um buffet de mesmerizante estranheza.
Difícil escolher qual dos episódios é o meu preferido. Muito difícil mesmo… Por um lado, temos “Zima Blue”, com um fantástico design e que acompanha o percurso de um artista que se vê deparado com o sentido da vida e a própria existência. Por outro, temos “Fish Night”, baseada num conto de Joe Lansdale, que é bem capaz de ser a coisa mais hipnotizante que alguma vez vi: as cores e o fluir da animação são do outro mundo. Não nos podemos esquecer do trio de robots turistas em “Three Robots” que visitam mundos onde os humanos estão já extintos, ou “When The Yogurt Took Over”, a história de como uma versão geneticamente modificada de iogurte, se apoderou do mundo como a espécie mais avançada. Talvez o meu preferido seja “Sonnie’s Edge” onde um monstro xenomorfo, que faz lembrar algo saído da arte surrealista de H. R. Giger (“Alien”), tem a sua doce vingança, ou “The Witness”, com gráficos que fazem lembrar “Spiderman Into The Spider-Verse” no seu ritmo acelerado e eletrizante e é sem dúvida o que mais choca com a nudez explícita e referências bondage.
Apesar de serem curtos, são de uma intensidade tal, que obriga a respirar fundo entre episódios. Esta série não foi feita para pessoas sensíveis e que se impressionem facilmente. Fica o aviso. Preparem-se para uma dose excessiva de nudez, violência, terror, adrenalina e CGI espetacular. Curiosamente existe um elemento que é bastante recorrente ao longo dos vários episódios: gatos! Se a promessa de muitas maminhas (femininas e masculinas) ainda não os convenceu, de certeza que os bichanos o farão.