Frozen – O reino do gelo

Frozen I e II  *Pode conter spoilers*

Já passaram 6 anos desde a contaminação de alegria, entusiasmo e amor das crianças pelas princesas Elsa e Anna.

Para quem nunca ouviu falar, é por causa deste filme que o “Já passou” (V.P) cantarolado entrou na moda.

A história é sobre duas irmãs que perderam os pais e a mais velha tornou-se rainha (Elsa). Até aí, tudo bem, a questão aqui é que a rainha tem um segredo desde criança: o poder do gelo.

A Anna (princesa mais nova) não se lembra de nada (porque essas memórias foram apagadas) ou sequer tem poderes, mas é ela que, durante toda a história, mostra-nos o quanto o amor entre as irmãs supera todas as dificuldades.

O filme distancia-se dos outros, porque quebra a longa tradição em que a princesa é salva por uma figura masculina. Apesar de haver romance entre as personagens principais e as secundárias, a principal história de amor,  não é o amor romântico, mas, sim, aquilo que se chama o amor verdadeiro.

Neste caso em particular, é a Anna que por amor, salva a irmã. É ela que nunca desiste da família, é a ela que outra personagem, o OLAF (boneco de neve criado pela Elsa) relembra que há pessoas pelas quais vale a pena derreter.

Encantando todas as crianças de várias idades e géneros, este filme bateu recordes na Disney.

Então, fizeram a sequela…

Quem viu o primeiro filme sobre estas duas irmãs, e soube do sucesso que foi, tinha grandes expectativas. Nós estávamos entusiasmados pois, vimos os trailers e algumas entrevistas com os protagonistas da versão original. E chegou o dia que fomos ao cinema (vimos a versão portuguesa para os meus filhos poderem acompanhar).

Como um todo achei a história interessante. Bem construída, fundamentada e com um final que fazia todo o sentido. No fundo é uma história de conquistas, e de fazer o que está certo, de seguir o nosso coração e de compreender algumas coisas para além do que se vê. Há alguma coisa melhor que isto? As personagens estão mais adultas – mas nada que ultrapasse a compreensão dos mais pequenos. À semelhança dos anteriores filmes da Disney, existe uma mensagem a passar, bem como alguns comentários (especialmente feitos pelo o OLAF) que só serão compreendidos em toda a sua dimensão pelos adultos.

A nível gráfico o filme está muito bom, achei muito bonito, entre outras coisas, um cavalo feito de água.

O corte no meu entusiasmo foi porque o Frozen II está a roçar um musical. Compreendo que queriam explorar o maior sucesso do anterior “Let it go” (v.o.) mas tanta cantoria tornou-se uma distracção.

O filme tem cerca de 1 hora e 45 minutos e fiquei com a sensação que a cada 5/10 minutos (pelo menos na primeira parte) alguém cantava.

As 4 personagens principais (Elsa, Anna, Olaf e Kristoff) cantaram no mínimo duas vezes embora as princesas tenham cantado muito mais e em situações que, na minha opinião, eram perfeitamente dispensáveis. Achei exagerado e sem necessidade. A história tem um bom enredo, é interessante mas acaba por ficar para segundo plano porque a primeira parte (por ser tão musical) demora um pouco mais a desenrolar. Senti que só na segunda parte é que a acção fica mais interessante, trás mais emoção e é mais focada no que as protagonistas fazem para descobrir a verdade do passado e salvar o reino do gelo.

Quem gosta de musicais, vais gostar do filme, quem prefere filmes de animação mais “reais” talvez concorde comigo.

Se pudesse, pedia para refazerem o filme e reduzia para metade os números musicais. Em alguns casos as personagens podiam cantarolar só um bocadinho, que até ficava engraçado, mas não tornaria tão longo.

No final de contas, com tantas músicas (menos que sejam agradáveis e bonitas) é difícil eleger a especial, mas senti um impacto maior com uma das canções da princesa Anna, quando está sozinha dentro de uma caverna.

Pergunto-me se apostaram neste género para que todas as personagens pudessem brilhar pelos seus dons vocais e já a pensar nos futuros espectáculos que irão dar.

Para finalizar, em relação à versão portuguesa. Não entendi por que é que para algumas personagens há uma voz diferente para a fala e outra para cantar. Compreendo que em todas as línguas as vozes têm que ser o mais aproximada possível ao original, mas a pessoa que canta não pode fazer a voz que fala? Em algumas personagens nota-se bem a diferença da voz.

Vão lá ver e dêem-me a vossa opinião.

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