Internet – 50 anos de história

Millennials é o nome dado a pessoas nascidas após o ano 2000 – a geração do milénio -, mas também conhecida por geração da Internet, uma vez que nasceram num período em que a utilização das tecnologias de telecomunicação já estava amplamente difundidas e atualmente é bastante difícil imaginar a nossa vida sem ela.

É verdade que a Internet como a conhecemos hoje teve o seu “boom” na década de 90, mas foi durante a Guerra Fria, com a polarização entre EUA e União Soviética, que a ideia se desenvolveu. Cientes do poder das comunicações, os Estados Unidos da América criaram um sistema de descentralização das suas informações no Pentágono para evitar que possíveis ataques causassem a perda irreparável de documentos do governo.

O Departamento de Defesa americano queria uma rede de controlo e comando capaz de sobreviver a uma guerra nuclear, mas todas as comunicações militares dependiam da rede de telefone pública. Obviamente que não era segura e, se houvesse destruição de algumas centrais interurbanas importantes, poderia fragmentar e isolar as comunicações, o que seria um desastre para o sistema de defesa e segurança. Assim, foi criada uma única organização de pesquisa de defesa, a ARPA, ou Advanced Research Projects Agency, pondo fim a uma disputa pelo orçamento de pesquisa entre o Exército, a Marinha e a Forca Aérea.

Após alguns anos de pesquisa, o diretor da ARPA, Larry Roberts, voltou o seu interesse para as redes. Entrou em contacto com diversos especialistas para decidir o que fazer. Um deles, Wesley Clark, sugeriu a criação de uma pequena rede para troca de pacotes de dados, dando a cada host (máquina) o seu próprio roteador e, assim, surgiu a ARPANET, o contrato para este projeto foi outorgado a 7 de abril de 1969. No final desse mesmo ano, a ARPANET ligava algumas universidades e centros de pesquisa, tendo o seu primeiro sucesso no dia 29 de outubro, ao transmitir uma mensagem – considerado o primeiro e-mail da história – através da sua rede, da Universidade de Los Angeles até o instituto em Stanford, uma distância de quase 650 quilómetros.

World Wide Web

Já a rede mundial de computadores (World Wide Web), como a conhecemos hoje, teve a primeira proposta para a sua criação vinte anos depois da ARPANET, a 25 de março de 1989, pelo cientista de computação Timothy John Berners-Lee.

Posteriormente, com a ajuda de Robert Cailliau e um estudante do CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear), Tim Berners-Lee fez a primeira comunicação bem-sucedida entre um computador (cliente) e um computador (servidor) de hipertexto (HTTP), através da Internet. Alguns dos conceitos usados como o hipertexto, já vinham de projetos anteriores, a ideia revolucionária foi unir o hipertexto e a Internet, como explica no seu livro Weaving The Web.

O primeiro site foi construído no CERN e foi posto online a 6 de agosto de 1991. Info.cern.ch foi o endereço do primeiro website e servidor web da história, alojado num computador NeXT no CERN. O primeiro endereço de página web foi:

http://info.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html

Partilhando informações sobre o projeto WWW. Os visitantes poderiam aprender mais sobre hipertexto, detalhes técnicos para a criação da sua própria página web e até mesmo uma explicação sobre como pesquisar a Web para obter informações.

A década de 90 tornou-se a era de expansão da Internet. O recente desenvolvimento e uso da World Wide Web formaram uma nova comunidade, já que muitos dos que trabalham nela não são nem pesquisadores, nem desenvolvedores, mas simples apreciadores ou entusiastas. Este facto acabou por afetar a padronização da Internet: cada desenvolvedor queria dar um “toque” especial à sua criação.

Para controlar e padronizar o seu uso, em 1994, Tim Berners-Lee fundou o World Wide Web Consortium (W3C) no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), composto por várias empresas que estavam dispostas a criar normas e recomendações para melhorar a qualidade da Web. Berners-Lee deixou a sua ideia disponível livremente, sem patente e sem royalties devidos. O World Wide Web Consortium decidiu que as suas normas deveriam ser baseadas em tecnologia livre de royalties, de modo a que pudessem ser facilmente adotada por qualquer um, o W3C tomou a responsabilidade de evoluir com vários protocolos e padrões associados com a Web.

A Internet hoje

Grande parte do crescimento da Internet que foi visto na década de 90 foi impulsionada por empresas fornecedoras de serviços da Internet, as quais ofereciam aos utilizadores individuais a possibilidade de aceder a Internet usando os seus computadores pessoais e, dessa forma, podendo utilizar o correio eletrónico, visualizar conteúdos e outros serviços.

Outra coisa que também impulsionou a utilização da Internet foi o surgimento de grandes portais, como AOL, Yahoo e o Google, que ofereciam serviços de Internet como as salas de chat, contas gratuitas de correio eletrónico e sites de pesquisa. Serviços que foram vitais para a explosão que se registou a partir de 2000.

A web evoluiu bastante e diversas tecnologias foram adoptadas e melhoradas, por exemplo, a Internet discada deu lugar à Banda Larga e até à conexão em telemóveis, com a rede 3G, 4G e agora a chegar ao 5G.

É de destacar ainda o surgimento das redes-sociais como o Instagram, Twitter, Facebook e outros, ferramentas que permitem ligações que permitem fazer chamadas através de programas como o Skype. A Internet é hoje em dia praticamente uma necessidade básica, seja no dia-a-dia das empresas ou na casa de um utilizador que procura entretenimento.

Futuro: O que ainda vem por aí?

A Internet continua a crescer e, a cada dia que passa, novas soluções são criadas e aplicadas ao seu contexto. As empresas da área também apostam o seu investimento para criar soluções cada vez mais inteligentes.

O futuro indica que muito e melhor ainda está por vir. A tendência principal é de que o conceito de web móvel (mobile) tome conta do mercado. A IOT (Internet of Things) ou a ideia de estar sempre conectado à Internet tem ganho cada vez mais força e com os tablets, smartphones e uma gama de gadgets (dispositivos electrónicos), a ligação à web tornou-se quase que uma necessidade básica. Big Data, ferramentas de apoio a tomada de decisão que utilizam de toda a informação presente na Internet.

A inteligência artificial (robótica) e realidade virtual com novas descobertas e uma grande aposta por parte de cientistas, tudo tende à interligação da informação.

Enfim, nestes 50 anos, a Internet passou de uma pesquisa académica e militar para um serviço de utilidade pública indispensável nos dias hoje e a perspetiva para os próximos 50 são imensuráveis.

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