«Expulsão condicionou a equipa», desabafa Pereira

Técnico dos «dragões» considera que expulsão de Castro foi determinante para o desfecho do jogo.

Quis o calendário desportivo que Sporting de Braga e FC Porto se encontrassem por duas vezes num curto espaço de uma semana. No passado domingo, os portistas venceram (2-0) com golos dos colombianos James Rodriguez (90’) e Jackson Martínez (93’), num encontro polémico (os bracarenses queixaram-se de uma grande penalidade não assinalada, por corte de Alex Sandro com o braço no interior da área) que deixou os minhotos a nove pontos da liderança, repartida entre FC Porto e Benfica. Após novo desaire, José Peseiro disse que se ia vingar nesta sexta-feira e a direcção do Braga assumiu que a Taça de Portugal ganhou um novo estatuto para o clube. Talvez, por isso, o emblema minhoto apresentou apenas duas alterações no onze inicial: as inclusões de Quim e Rúben Amorim para os lugares de Beto e Rúben Micael. Já Vitor Pereira fez uma autêntica revolução na equipa, nada mais nada menos do que sete alterações!

Apesar da gestão feita pelo técnico dos «azuis-e-brancos» (certamente já a pensar no jogo de terça-feira, para a Champions, frente ao PSG), o FC Porto colocou-se em vantagem no primeiro remate da partida (12 minutos) por Mangala, num cabeceamento após livre apontado por James Rodriguez sobre a direita. Numa primeira parte em que não existiram mais motivos de interesse, a acção esteve inteiramente reservada para a segunda metade.

Tal como já tinha acontecido no jogo do campeonato voltou a existir uma grande penalidade por assinalar a favor do Braga: aos 56 minutos, Fernando agarrou os calções de Hugo Viana, no interior da grande área, e impediu-o de progredir a jogada. Aos 67 minutos, Custódio introduziu a bola na baliza do FC Porto mas Olegário Benquerença anulou, bem, o golo aos bracarenses visto que Mossoró impediu Fabiano de se levantar no momento do remate do médio português. Aos 71’, o árbitro expulsou Castro e o lance revelou ser decisivo para o desfecho da partida. O Braga alcançou a reviravolta em apenas cinco minutos: aos 74’, Danilo desviou para a própria baliza um livre cobrado por Hugo Viana. E, aos 79’, Éder confirmou a cambalhota no marcador com um remate cruzado. Mesmo a jogar com dez, os campeões nacionais reagiram e estiveram perto do empate, que só não aconteceu porque surgiu uma figura maior. O guardião Quim negou, com excelentes intervenções, os tentos de Lucho (86’) e Kléber (91’).

No final do encontro, José Peseiro mostrou o seu alívio e a sua satisfação pela continuidade dos bracarenses na segunda maior prova do futebol português: «O momento decisivo foi o segundo golo. Merecemos esta vitória. A primeira não foi muito bem conseguida. A equipa não está a viver um momento muito feliz, e só tinha vencido um dos últimos cinco jogos, mas os jogadores suportaram a pressão que o Braga já tem. E frente a uma das melhores equipas de Portugal, e também da Europa, tenho de enaltecer o valor dos meus jogadores, que conseguiram reagir, o que não é fácil. Controlámos o jogo mas nunca dominámos, como fizemos com outras equipas aqui. Agora temos confiança para sermos mais tranquilos e consolidarmos o processo. Dá-nos mais felicidade e serenidade.»

Já Vitor Pereira assumiu a responsabilidade pela derrota e destacou a expulsão do médio Castro como o momento chave da partida: «Assumo a gestão que fiz para apresentar uma equipa o mais fresca possível. Porém devo salientar que este jogo não é para ter dez amarelos e um vermelho. A expulsão condicionou a equipa. Ainda criámos duas oportunidades mas não conseguimos concretizar. Saímos da Taça, que era um dos objectivos para a época.»

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