Arrisco em dizer, que em alguma fase da vida, ou algumas fases da vida, a insegurança impera, os sentimentos embaralham e depender de outra pessoa e ter o aval dessa, passa a ser fundamental. Mas é tóxico, tal e qual ao cigarro. Só não traga, mas absorve a má fumaça.
E isso tolhe. Encolhe. Diminui. Destrói (o desenvolvimento e a autoestima). Ter a consciência disso é essencial para que isso não evolua.
Em definição, dependência emocional é um padrão comportamental no qual alguém se torna excessivamente dependente de outra pessoa para suprir suas necessidades emocionais. Na maioria dos casos, sacrificam seu próprio bem-estar e identidade.
A necessidade de ser aceite, de agradar e de constante aprovação são fatores que marcam a personalidade da pessoa que necessita de outra para se autoafirmar. Como um alimento. Não saudável.
Querer alguém perto, gostar de uma pessoa, admirar, seja amorosamente falando ou não é saudável e normal. Quando essa linha ultrapassa para a falta de individualidade e prevalece a falta de bom senso, já passa a algo sem benefício.
Muito comentada, recentemente, a série “Bebé Rena”, baseada em factos reais, é uma série com uma abordagem original, se aprofundando em temas complexos como perseguição, saúde mental, vulnerabilidade e a tal dependência. Nesse contexto, a obsessão da personagem feminina faz com que as características desse perfil fiquem bem evidente. E assusta!
Quando permitimos que a nossa felicidade dependa demasiado de outra pessoa, seja ela quem for, pode gerar consequências perigosas para a nossa paz de espírito e bem-estar. É um verdadeiro desafio e uma verdadeira dificuldade a ultrapassar. Ruim para ti, ruim para ela. É um funcionário que depende de um chefe para ter coragem de dar o passo seguinte sem o seu aval, é um filho que “depende” excessivamente de um pai. É uma mãe que “depende” de uma filha, até para as mais simples rotinas – não é auxílio – é dependência. E desnecessária “à olho nu”. É esperar do outro o que você pode – e deve- fazer! Sozinho até e errado não é!
A palavra dependência soa como algo negativo. E é. Remete a um vício. E vícios remetem ao exagero. E nada em excesso, é bom.
É preciso coragem para nos agarrarmos a características nossas que sejam muito fortes para nos ajudarem a ultrapassar a nossa dependência para com os outros. É necessária autoconfiança, é importante acreditar em nós próprios e entender que viemos para somar e não dominar ou sermos dominados. Não somos bichos adestrados à espera do comando e um biscoito como prêmio. E isso é importante para atingirmos o nosso verdadeiro potencial. Sem abafos.
E a pergunta que “não quer calar”: Como deixar de estar emocionalmente dependente dos outros?
Cartilha não há. A teoria é mais fácil do que a prática, mas há possibilidades…
Deixando de lado o medo de solidão. Perceber que a felicidade não depende de uma outra pessoa a não ser você.
Afastar o medo de rejeição e a necessidade de agradar todo o tempo. Empurrar para longe o medo do abandono, não tolerar maus-tratos ou sem se permitir à ficar com as “migalhas”.
Não desprezar os próprios interesses, de um hobby simples à uma tarefa mais complexa. Se priorize! Já.
E esquecer a necessidade constante de aprovação. Receber elogios é ótimo, mas depender deles para crescer, é travão. Siga em frente, com acelerador ativo, porque o tempo não freia!
Ter a noção do quão importante é o amor próprio e se colocar sempre em primeiro lugar, é um grande passo para essa pergunta. É gostoso saber que tem ao lado uma pessoa por quem nutrimos algo querido e desenvolver um sentimento, seja ele amizade, familiar ou relacionamento amoroso. Mas mais gostoso ainda é a certeza de que somar esses sentimentos é muito melhor do que monopolizar. Agregar para amar livremente, sem neuroses ou dependências abusivas. Com respeito e admiração. Seja amigo, namorado ou irmão.
Relação tóxica é para ser distante. É para agir com a razão. Você primeiro e não abra a mão!
Nota: Esse texto foi escrito seguindo as normas do português do Brasil