Con(Greta)lations

“Conforma-te! Tens de ser mais conformada que isso só te faz é mal.”

A importância das pequenas coisas, continuam eles. Verdade, esta última. Quanto à primeira… desassossega-me. Ouço-os e penso o quão bem tem feito o Estado o seu papel. Qual rebelião! Internamente guardo a óbvia resposta: conhecesse eu ativistas, me diriam a mim que meu conformismo é asqueroso, mas não está esta conversa a ser tida com gente dessa, ativista. Gente do calibre dessa tal Greta.

O certo é que do conformismo estéril nada nasce e, sem mudança, não há legado. Uns respiram mudança, outros inércia. Ambos me parecem modos irresponsáveis de viver, mas também não sei viver que preste para alguma coisa melhor sugerir. É preciso saber o ar que queremos em nossos pulmões para que a nós não nos caiba a condição de marionetas das alheias convicções. Abracemo-nos e espicacemo-nos, mas saibamos o que somos. Não esqueçamos o dizer “contentar-se com o que lhe dão é próprio dos escravos”.

E esta tal Greta – em fuga da escravatura – o incómodo que aos outros causa a idade, escudo para o que incomoda: voz. A maldita voz é que apoquenta, a que é ouvida. Saem elas, baratas tontas, endiabradas, dos cantos. Baratas maduras, assim se apresentam em idade, de manipulações fotográficas em punho e posts nas redes sociais. E o povo maduro, que disto precisa: vá, que a pequena tem Asperger. E o mundo parece não ter nada que preste. Vá, que a pequena tem assim um modo esquisito de falar. Atentemos que, a voz de quem fala soará sempre a esquisita! Lembremos o que diz o povo: CONFORMA-TE! E andamos por aqui embriagados de cousas irrisórias pela lucidez em falta. A banalidade da idiotice já nem chega a chocar. Chegam a estar pálidos pelas críticas que vêm já mortas em interesse.

E se esta indignação daqui vem: da idade, do falar, do Asperger, condições em nada relevantes, a ela já lhe deram vantagem. Acabe-se com o fogo de artifício que desvia dos factos. Se o lobby ecológico existe e é Greta manobra de marketing… que por aí se vá, com hombridade. Que se vá aos factos! E o facto é que a pequena e estranha Greta, com Asperger, pobrezinha, trouxe para cima da mesa “O” tema, deitando-lhe voz.

1-0 a favor de Greta.

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