O que faria se só tivesse 24 horas de vida? Eis uma questão que me assola.
Nestes tempos de pandemia, onde a fronteira entre a vida e a morte é demasiado ténue, medito com intensidade sobre esta demanda. Busco dentro de mim respostas para as minhas inquietudes.
Será que devo ocupar esse curto tempo junto aos meus entes queridos? Ocupar esse tempo a realizar sonhos incompletos? Efectuar uma última viagem? Executar algo que prescindi de fazer? – Questiono-me. Chego á conclusão que não é nesse hiato de tempo que devemos efectuar esse propósito.
É durante a nossa vivência, que devemos praticar a empatia, a compaixão e a generosidade. Aprender com os nossos erros, perdoar quem nos magoa. Lutar pelos nossos sonhos, só assim levaremos uma vida com paz de espírito.
Não podemos adiar os abraços calorosos, os afectos pedidos, os sonhos pretendidos. Ter o nosso coração limpo de arrogância e hipocrisia, saber perdoar, aceitar os nossos erros e amar o próximo, tem de estar presente na essência humana. Não poderá ser no fim do ciclo que vamos efectuar as pazes com tudo e com todos, mas sim em cada dia que prosseguimos o caminho a traçar.
Temos que abrir o nosso coração durante a jornada que é a nossa existência, partilhar o sentido adequado com a qual a devemos reger. E no fim do nosso ciclo, efectuarmos uma retrospectiva do trajecto que percorremos e vivermos em harmonia até ao último suspiro.
Sim, era assim que queria viver o meu último dia. A viver em consonância com o meu coração, poderia atravessar as últimas horas da minha vivência com um sorriso no rosto e a alma cheia de felicidade. Um sentido de dever cumprido.
E vocês? Como desejavam passar as últimas 24 horas da vossa vida?