A inclusão com carácter obrigatório da disciplina de “Cidadania e Desenvolvimento” no Plano Curricular Escolar tem feito correr muita tinta. Essa polémica tem sido deveras debatida e rebatida por diversas personalidades da nossa sociedade.
Para alguns sectores da nossa sociedade, a sua obrigatoriedade fere o direito à liberdade dos pais escolherem os conteúdos da disciplina que advogam ser ideológicos, pretendendo que os progenitores escolham se os alunos devem ou não frequentar a disciplina.
No meu ponto de vista, não podemos definir o que os nossos filhos devem aprender baseado em dogmas religiosos e numa ética moral ultrapassada, mas, sim, nos desafios que a sociedade lhes dá e prepará-los para o futuro.
A disciplina de Cidadania é uma mais-valia para o futuro da nossa sociedade, formando indivíduos mais responsáveis, autónomos e solidários. Que conheçam e exerçam os seus direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista, crítico e criativo.
A escola constitui um importante veículo para a aprendizagem e exercício da cidadania e nela reflectem-se preocupações transversais à sociedade. A educação e respeito pelos direitos humanos, a educação ambiental, educação intercultural, educação para a igualdade de géneros e de etnias é fundamental para o crescimento de uma sociedade que se quer solidaria e empática.
Por isso, é muito importante a obrigatoriedade da disciplina no panorama escolar, pois ainda existem algumas arestas por limar na mesma. Existe na relação escola-pais pois uma carência que poderia ser ultrapassada com uma melhor coadjuvação entre ambos e por consequente um maior interesse dos jovens por esta disciplina essencial para o bem-estar da sociedade.
Esta disciplina não pretende que a escola substitua o papel dos progenitores na educação da cidadania, aliás esse papel é fundamental. A escola surge neste âmbito como um complemento importante á educação ministrada pelos mesmos.
Pretende-se com esta disciplina que as gerações futuras vivam numa sociedade mais justa, empática e mais solidaria, que os conflitos sejam combatidos pelo diálogo respeitando os direitos e os deveres de cada um.