Now don’t stay up late and watch scary movies, okay? It’ll give you nightmares again.
– Deandra
Este filme conta a história de Ashley (Olivia DeJong), uma babysitter que tenta proteger Luke (Levi Miller), uma criança de 12 anos que está a vigiar, de um aparente ataque a sua casa quando descobre que nada é aquilo que parece.
Um filme inovador e uma lufada de ar fresco neste género. O género de “Intrusos numa Casa” está um pouco fatigada e por isso o que aqui temos é algo que consegue usar os clichês deste tipo de filmes e dar-lhe um twist muito particular.
Luke e Ashley são a coluna vertebral de toda a história e o facto de ser revelado que Luke sente uma atração por Ashley logo no começo oferece algumas dinâmicas engraçadas durante o resto do filme. Outra ótima personagem chamada Garret interpretada por Ed Oxenbould dá um equilíbrio cómico e um coração a tudo.
É praticamente impossível falar deste filme sem dar um spoiler enorme que muda toda a perspetiva do filme. Aconselho todos a verem este filme sem pesquisarem qual o twist até porque ele acontece bem cedo na história e torna toda a experiência mais interessante. Do que posso falar, é um filme de terror que é ao mesmo tempo um filme de natal, e ao misturarmos estas componentes a obra fica com um nível de entretenimento muito elevado.
A representação é ótima e mesmo um elenco tão jovem conseguiu segurar um filme de início ao fim com total segurança. Especial realce para Levi Miller que rouba todas as cenas em que está e que numa tenra idade mostra a muitos adultos como se faz. A cinematografia é também muito bem conseguida e prova que um cenário pode ser ao mesmo tempo natalício e aterrador.
Uma ótima surpresa que recomendo a todos com contornos de terror fantásticos e que tornam este um dos meus favoritos de assistir nesta altura de natal.
* CUIDADO COM SPOILERS *
Como disse, existe um “spoiler” precoce no filme que muda toda a perceção da história. Qual é esse spoiler?
Bem, toda a “invasão” é na verdade um plano montado entre Luke e Garret para que Ashley se sinta indefesa e acabe por ver Luke como um herói e corresponda aos seus sentimentos.
Embora isto no inicio possa parecer forçado, assim que isto é revelado entramos na mente psicótica de Luke e o filme fica consideravelmente melhor a partir daqui. Todas as cenas parecem um crescendo da paranoia de Luke por Ashley e desta sede que ele tem por ela, continuando pelo meio a ter uma mente de criança que dança e canta depois de ter atos completamente sórdidos. Isto inclui ex-namorados de Ashley que ele próprio faz questão que sejam chamados, e tudo isto é somado a todos os atos criminosos que Luke já fez. É uma espécie de “Sozinho em Casa” mas em que o vilão é “a criança indefesa” e tudo isto resulta em particular por uma ótima atuação de Levi Miller.
Existem também detalhes no início que são muito importantes e que indiciam este twist. Nomeadamente Luke a atirar o telemóvel de Ashley para ela e que “acidentalmente” cai no aquário para cortar desta maneira toda a comunicação.
O final é particularmente perturbador pela forma como Luke parece um génio ao mesmo tempo que um psicopata, mas adorei toda a composição feita e a conclusão também.