Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito.
– Pitágoras
Se refletirmos um pouco sobre a organização das cidades e da população que as compõem percebemos que a inclusão nem sempre é inclusiva e a união nem sempre é verdadeira, pelo menos não neste tema. O que acontece é um aparente conciliar de interesses para se mostrar a quem de direito que tudo está escorreito e afinal somos todos iguais.
No entanto e se avaliarmos os dados publicados pela OCDE em finais de 2018, no caso de Portugal, percebemos que 10% dos portugueses mais ricos têm um rendimento cerca de cinco vezes superior aos 10% mais pobres da população portuguesa. Esta disparidade, de acordo com o mesmo estudo, pode resultar das fracas qualificações da população nacional, onde cerca de 55% dos indivíduos não terminou o ensino secundário.
Outra ideia que fica clara neste estudo é a que indicia que quer se queira ou não, a condição económica passa-se inevitavelmente de geração em geração, sendo fácil de perceber que o filho de um pobre terá sempre mais dificuldade em atingir um nível considerado de riqueza em Portugal.
Estes dados ilustram a possível razão pela qual as cidades estão organizadas de uma forma lógica, tal como as conhecemos, se bem analisarmos, existe uma clara separação entre as pessoas e até entre os bairros, basta repararmos nas diferentes áreas da cidade, sempre uma clara separação entre pessoas ricas e pessoas pobres.
Porém, apesar de porventura existirem estudos que indiquem o beneficio do convívio entre pessoas de classes sociais distintas, ou seja, pessoas pobres a viverem junto de pessoas ricas, sabemos que não é bem entendido pela sociedade este tipo convívio, que na teoria todos consideram muito salutar, mas que efetivamente os mais abastados preferem não partilhar áreas habitacionais com os que pouco ou nada têm.
E este não é um pensamento estigmatizado, é apenas uma constatação da sociedade hipócrita e cruel em que todos nós, ricos ou pobres vivemos, e onde percebemos que mais do que as palavras bonitas importa ter atitudes altruístas e parar de separar as pessoas de acordo com o seu estatuto social e ou financeiro.