A reforma da educação feita nos últimos anos

A reforma da educação feita nos últimos anos traz para a frente da estratégia o lado mais científico da educação, negligenciando as artes e as humanidades. Quais são os custos deste caminho? As artes e as humanidades são importantes na educação em que sentido? O que trazem para o desenvolvimento dos estudantes? Qual a sua importância?

A reforma de educação feita nos últimos anos, em que se dá maior ênfase às disciplinas técnico-científicas, tornando as artes e humanidades em parentes pobres da educação, terá custos graves num futuro próximo.

Todas as áreas da educação têm o seu valor e não podemos nunca relativizar a importância de umas em prol de outras.

Todavia, ao negligenciarmos as artes e humanidades, estamos a dar fortes indicadores que deveremos castrar as mentes pensantes, as que não se confinam em teorias exactas, enfim, as que dão asas ao pensamento humano.

O que queremos no amanhã? Adultos que se deixam facilmente dominar pelas classes políticas, que não sejam capazes de ter opinião própria, que não contestem governos e políticas governamentais?

Ao ensinarmos artes aos nossos estudantes, ensinamos-lhes a capacidade de avaliação, a capacidade crítica, a forma de desenvolver um pensamento lógico e capaz de ser transmitido não obstante as diversas correntes de opinião contrárias.

Disciplinas como a História, a Filosofia, as Línguas, as Literaturas e Culturas Nacionais e Estrangeiras (tais como a Inglesa, Francesa, Espanhola e até mesmo as Orientais) revestem-se de um profundo conhecimento:

  • do ser humano;
  • de como vivemos em sociedade;
  • das enormes capacidades humanas para a prática do bem e do mal;
  • da capacidade que cada povo tem para ultrapassar adversidades;
  • e, por último, das grandes obras literárias que espelham momentos históricos e capacidades humanas.

Não há filhos pobres nem filhos ricos na educação, ou pelo menos não deveria haver.

Provavelmente a grande reestruturação que deveria de haver a nível de reformas na educação seria no que concerne:

  • O combate às longas horas que os nossos infantis e juvenis passam na escola;
  • A aplicação da Pedagogia Waldorf, em mais estabelecimentos de ensino

Contudo, isto são contas de outro rosário… e cada vez mais acredito que se pretendem criar sociedades de mentes não pensantes…

Como podemos nós deixar de apreciar o belo? Como podemos nós viver sem ter acesso a grandes e profundas discussões filosóficas? Como podemos nós entender outras culturas e reconhecer o seu passado e o nosso?

Vamos apenas focar-nos no 1+1? Devermos nós apenas refletir sobre grandes teoremas matemáticos? Analisemos apenas a vida do lado da biologia e física?

Deveremos apenas saber apertar um parafuso, numa linha de montagem, sem sabermos o lugar exacto onde aquele parafuso vai ser utilizado e sem termos qualquer conhecimento da obra final, onde está inserido o mero parafuso que apertámos?

De novo reitero, todas as componentes são importantes, no sistema educativo que se quer rico e capaz de uma profunda transmissão de conhecimentos. Cada jovem também deve ser livre de escolher e de se apaixonar pela área que pretenda desenvolver a nível Universitário. Cabe-nos a nós, Pais e Educadores, abrir-lhes as portas do conhecimento, apoiá-los e encorajá-los.

Em jeito de conclusão, se acabassem com as humanidades, estaríamos aqui a escrever os nossos artigos e teríamos nós capacidade crítica para questionar as reformas ora implementadas?

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