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Poder para todos

2013, um ano de partidas e de marcas que não podem ser apagadas. A História é o que se escreve com ardor e os legados destes que se foram, que os mais jovens recebem, sem terem de sentir as dores para as conquistas, são suaves penas que pairam.

Poder para todos

Nelson Mandela, nascido no dia 18 de Julho de 1918, numa Joanesburgo em convulsão, irá ser um ícone do século XX, o pai da África Negra. Madiba, o nome do seu clã, certamente que não o esquece.

Nobre de nascença, o que aconteceu numa aldeia do interior, aos 23 anos recusou ser um dirigente e partiu em direcção à capital para se dedicar à vida política.

Aluno rebelde e voraz pela vida, tornou-se um jovem advogado adepto da não violência. Tal atitude levou-o ao cárcere, como réu, num processo de traição que nunca foi verdadeiro.

Aí passou 27 anos da sua vida, se bem que muito atento ao mundo fora das grades e, ao mesmo tempo, lutando pela sua libertação.

O mote maior era o seu povo, aquele que era maltratado e humilhado fazendo com que fosse rebaixado e menosprezado. A liberdade veio em 1990, época de uma guerra civil muito bem incendiada.

Posteriormente foi descoberta a verdade. Uns agentes da CIA tinham manipulado a situação de forma que ele fosse calado nas suas tão nobres intenções. A segregação funcionava.

Mandela era um dos treze filhos de Nkosi e Nosekeni, boéres analfabetos, que se sentiam abençoados com tanta descendência onde a educação eurocêntrica, tipo britânico, tinha a dianteira.

Em 1963 a maioria da população sul africana era negra, apenas 20% de brancos, contudo, o poder fazia divisões que perpetuavam ainda mais as diferenças que existiam de raiz. Dividir parar reinar.

Mandela é o agitador, o que ergue o galho de uma árvore e insiste na educação que não pode ser somente oral. Os velhos costumes são importantes, mas não só, é necessário muito mais.

A escola que frequenta tem o chão de terra e o tecto aberto, a qualidade de vida estava longe de ser atingida. As tradições mantinham-se e a circuncisão dos jovens Tembu era prática a ser seguida.

O ritual de passagem aconteceu com 16 anos. O grupo era constituído por 25 jovens e a cerimónia foi pública. A mesma foi executada com uma assegai, uma lança com ponta de ferro tendo antes todos sido depilados e pintados. No final o prepúcio é sepultado.

Ingressa num colégio interno, para a instrução secundária e completa o curso de três anos em dois. Fort Hale é a primeira universidade para negros e, em 1939, eram somente 150 alunos a quem é incutida a ideia de virem a ser líderes.

Torna-se advogado em Winwatersrand sendo o maior defensor dos direitos humanos, lutando contra a corrente. A vida não era fácil, mas a sua fibra impelia-o com vigor. Não vergava. Para o colocar à prova, em 1949 é instituído o regime de apartheid.

Nada disso impede que tenha uma vida privada só sua. Casa-se com Evelyn Mase, em 1944, com quem tem vários filhos. Em 1958 é a vez de se casar com Winnie Madikizele, de quem se divorcia em 1996.

A paz será encontrada em 1998. A sua união com Graça Machel será a definitiva. Os muitos anos, cerca de sessenta e sete, a lutar contra a segregação racial moldaram o seu carácter.

Torna-se o primeiro presidente da África do Sul livre, em 1993, um marco histórico. A luta tinha dado os seus frutos. Nesse mesmo ano recebe o Prémio Novel da Paz e é, igualmente, criado o dia Nelson Mandela, a 18 de Julho.

A próstata deu-lhe que fazer em 2001 e, como tal, reforma-se aos 85 anos. A vida será agora bem mais calma. Pode dedicar-se à saúde e à sua numerosa família. A reforma foi merecida.

Contudo um episódio muito triste ensombra a sua velhice, a morte de uma bisneta, em 2010, com apenas 13 anos. Um trágico acidente de automóvel, no regresso do Mundial de Futebol, ceifa a sua vida.

No dia 5 de Dezembro de 2013, na sequência de um internamento hospitalar, fecha os olhos para sempre. Um ser único que teve uma fibra inolvidável e impensável, convidando para formar um governo democrático, o seu antigo opressor.

Ronald Biggs

Conhecido pelo ladrão do século, Ronnie teve uma vida digna de um filme de aventuras. Tudo se pautou por estar fora da lei e viver com a máxima qualidade.

Dispensado do serviço militar por desonra, ou seja, por ter sido desertor, em 1949, da Royal Air Force, não se deixou abalar pelo sistema e continuou a sua senda como entendeu.

Participa no assalto ao comboio, em 1963, com os seus comparsas, rendendo o mesmo 2,6 milhões de libras. Bem planeado e ainda melhor executado.

É detido no ano seguinte e condenado. A prisão não é para ele. Consegue escapar da Penitenciária de Wandsworth, em 1965, pela táctica de escalada de um muro, com uma escada feita de cordas.

Em Paris consegue um passaporte falso e sujeita-se à cirurgia plástica para mudar de rosto. Em 1970 está em Adelaide, na Austrália, a trabalhar como marceneiro sendo, então, reconhecido por um repórter.

Nova fuga e desta vez para o Brasil deixando a família para trás. Em 1971 o filho de 10 anos morre num acidente de automóvel. Estando no Brasil não pode ser extraditado e a namorada estava grávida. Tornou-se um ícone com a sua cara em canecas e camisolas.

Em 1981 é raptado e levado para Barbados com a intenção de receber uma recompensa, o que não aconteceu. Ignorado e adorado, assim era o Biggs.

Em 2006, o Channel 4 faz um documentário sobre a sua vida. É agora uma celebridade e participa em filmes como cantor com grupos bem conhecidos, como os Sex Pistols.

Raimunda de Castro é a sua parceira e o filho de ambos, Michael Biggs também se torna uma vedeta. Contudo, Ronnie tem saudades de casa onde regressa em 7 de Maio de 2001, sendo preso, tal como sabia. Está doente e assim não lhe irão faltar os melhores cuidados médicos.

Cumpre uma parte da pena e é solto, em 2009 devido à sua saúde frágil. A liberdade fez-lhe bem mesmo com custos elevados. Ele só se despede da vida a 18 de Dezembro de 2013, com 84 anos.

Margaret Thatcher

Ficou conhecida na História com o epíteto de Dama de Ferro pelo seu trabalho político em prol do Reino Unido. Teve vários cargos e um deles foi o de primeira-ministra, o número 70 com essa designação.

Certamente que aquela menina que se formou em engenharia química, no Somersville College de Oxford, teria sonhos, mas a realidade maior foi no campo político, com três mandatos à frente do governo, onde esteve desde 4 de Maio de 1979 até 28 de Novembro de 1990.

Em 1959, sendo Secretária de Estado para a Educação e Tecnologia, chama a atenção para o seu carisma e rapidamente se torna líder do partido da oposição, o partido conservador.

A chegada ao poder é de pulso firme e as suas iniciativas para reverter o desemprego são duras, mas mostram alguns frutos. Entre elas, a flexibilização dos horários de trabalho é bem aceite por muitos.

A desregulamentação financeira foi um grande cavalo de batalha bem como a privatização de algumas empresas estatais. Contudo a mais polémica de todas está relacionada com os sindicatos, a quem reduziu drasticamente o poder negocial.

Em 1982, situação quase impossível de vir a suceder, o Reino Unido entra em conflito, o que ficou conhecido pela Guerra das Maldivas. As consequências não foram as melhores.

Depois de deixar o cargo de primeira-ministra, continua o seu papel, agora na Câmara dos Comuns, deste vez com o título de Baronesa. Uma vez política, política para sempre.

A 3 de Abril de 2013, um acidente vascular cerebral leva-a da vez. A Dama de Ferro morre com 87 anos e uma obra muito polémica, cheia de não gostos.

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