A distância entre Marte e Vénus

Quando em 1998 o livro “Os homens são de Marte, as mulheres são de Vénus “ saiu para as livrarias, o boom foi geral. Todos queriam compreender como lidar com os homens e as mulheres das suas vidas. A ideia de alguém conseguir identificar e explicar as diferenças entre homens e mulheres de uma forma tão bem humorada e precisa, na época em que o mundo vivia em forte mudança e evolução de espírito, foi a pedra basilar que faltava.

Talvez o livro tenha ajudado algumas relações, aberto mentalidades e continue hoje com ideias fortes e precisas sobre este universo tão vasto dos homens e das mulheres. Contudo, desde o ano desta fornada de ideias, inúmeros artigos, estudos científicos, lutas por igualdade e conversas de rua continuaram a multiplicar-se em desvario.

Na realidade, todos queremos compreender, nem que seja um bocadinho, se de facto homens e mulheres são mesmo de planetas opostos.

À parte das conclusões anatómicas, emocionais, comportamentais, de brincadeiras e picardias sobre as diferenças, o grande objectivo é e será sempre entender o que nos diferencia e, principalmente, nos aproxima dos nossos amigos e amigas extraterrestres.

É certo que corre por aí que os homens pensam na maior parte das vezes em sexo, são mais desprendidos, analíticos e mecânicos (a forma como conseguem sempre edificar uma estante nova, em formato de puzzle, numa hora, continua a ser um mistério). E também existem rumores de que as mulheres conseguem fazer mais do que duas tarefas ao mesmo tempo, mesmo quando estão doentes (ao contrário dos homens, que se julgam a morrer) e que têm mais de quinhentos produtos nas prateleiras da casa-de-banho (que nunca, em tempo algum, a sua utilidade deverá ser posta em causa).

No entanto, é fundamental desmistificar. A diferença que acompanha estes múltiplos anos de descobertas e estudos é a de que nos dias que correm, felizmente, se concluir que ninguém é menos homem por gostar dos mesmos quinhentos produtos no WC nem nenhuma mulher deixa de ter o ser papel activo na sociedade se na sua mente diária ocorrerem mais de cem fantasias sexuais.

A verdade incondicional é a de que os homens e mulheres, apesar das diferenças químicas e anatómicas, do papel social que têm de desempenhar e da história que lhes corre nos genes e no ADN, são diferentes mas complementam-se. Diferentes em género e feitios, iguais nas diferenças. Na essência, em busca de serem felizes. E, se na diferença e na semelhança se compreenderem e respeitarem um pouco mais, então o jogo está completo.

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