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Gerações Rasca

E Woodstock faz 50 anos!

Os jovens que, naquele verão em 69, não arredaram pé durante três dias, para ver ao vivo os seus ídolos e promover a paz e o amor, hoje são avós, os seus netos adolescentes vivem o verão intensamente, vão para Glastonbury ou Coachella, ou em Portugal fazem o tour entre Alive, Sudoeste e Paredes de Coura.

Naquela altura, pais e avós abanavam a cabeça: “ai, esta juventude!” Hoje abanam eles a cabeça. Que bem que prega frei Tomás: faz o que ele diz, não faças o que ele faz…

A juventude é algo que sempre nos intrigou. Se calhar, temos memória curta e achamos que nunca fomos assim. Certo é que já corremos todas as letras do alfabeto para dizer que ESTA é que é a geração rasca.

Jane Deverson, uma jornalista britânica, criou o termo Geração X para caracterizar a juventude da era de 60. Segundo o seu estudo e, no extremo oposto do jovem em tempo de guerra, para estes adolescentes é já normal manter relações sexuais antes de casar e não crer cegamente num só Deus. É perfeitamente aceitável não gostar da rainha Elizabeth II e desafiar os pais. Jane, na altura com 23 anos, era, na verdade, também parte da geração insatisfeita que criticava.

Os mais velhos olhavam com desdém para esta geração que ficava na rua até tarde, que estudava Sociologia na universidade, que usava cabelo comprido. A malta que em 69 encheu Woodstock, a malta das calças largas e dos tops de croché, das flores e tranças nos cabelos que ouviam Hendrix e entravam em transe quando dançavam. A malta que fumava e bebia, enquanto defendia o amor como religião… Foram a primeira geração que ousou vestir-se de forma diferente dos seus pais! E os mais velhos abanavam a cabeça: “ai, esta juventude!

Eventualmente estes jovens cresceram e, com os seus filhos, nascidos entre 80 e 90, surgiu um novo rótulo: a Geração Y. Uma geração citadina, marcada pelo “boom” tecnológico, pela massificação do uso do computador, pelo nascimento da Internet e pelo uso do telemóvel. Esta geração já não fica em casa à espera pelo telefonema do amigo para marcar idas ao cinema, é a geração da fast food, dos convites via SMS, das relações fugazes, onde já não se escrevem cartas de amor. A geração rasca, com demasiado acesso a tudo aquilo que, antigamente, era preciso conquistar. E os mais velhos abanam a cabeça: “ai, esta juventude!

E num piscar de olhos chegamos ao ano 2000. Não fizemos “A Odisseia pelo Espaço” prevista por Kubrick e Clarke, mas a tecnologia ainda não parou de nos surpreender. Tememos por um fim do mundo que não se concretizou e, entre o ano 2000 e a atualidade, já nasce uma nova geração, uma espécie de derivada da anterior…. A Geração Z, que se confunde com a Y, são os Millenials, cada vez mais dependentes das redes, cada vez mais dependentes do outro. Habituados a uma tecnologia intuitiva na palma da mão. Uma geração que tem resposta para (quase) todas as perguntas num piscar de olhos. A geração de jovens que intervêm, que opinam, que lutam para mudar mentalidades. A geração que procura salvação para um mundo que tem tudo para ser salvo. São jovens dinâmicos e ativos. Jovens que influenciam e se deixam influenciar. São os nossos irmãos, os nossos filhos.

E nós, mais velhos, abanamos a cabeça: “ai, esta juventude“, que tem tanto para nos mostrar, assim nós o permitamos. “Ai, esta juventude” com o futuro nas mãos, a corrigir erros do passado e a evitar os do futuro. “Ai, esta juventude” que vive a vida como as outras antes dela. “Ai, esta juventude“, à frente no seu tempo, como sempre aconteceu!

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