A história da música está cheia de supergrupos que ficaram aquém das expectativas, mas se o desafio for encontrar aqueles que correram bem, há um nome que surge logo na memória: Tribalistas.
Em 2002, no início da aventura, já Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte eram nomes grandes da música popular brasileira. E se nenhum deles precisava dos Tribalistas para ter um currículo invejável, a verdade é que assumiram o risco pelo gozo de criar, de despertar novas emoções, de fazer mais e melhor. Resultou!
Tudo começou, quando Marisa Monte gravou uma música no álbum de Arnaldo Antunes, álbum este produzido por Carlinhos Brown. Os três cantores ficaram juntos aproximadamente uma semana, compondo algumas canções. A intenção do trio não era a de fazer um trabalho paralelo, mas acabavam sempre por se encontrar para terminar alguma música.
Para eles, Tribalistas não era um projeto, mas sim um sonho. Foi a partir desse sonho que se construi uma realidade, quando Arnaldo, Carlinhos e Marisa decidiram lançar um CD acompanhado de um DVD.
O nome do grupo é inspirado numa das canções que tinha o mesmo nome, sendo que a intenção do trio era não chamar a atenção para nenhum dos seus componentes, mas sim dos músicos como um conjunto.
Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown gravaram um disco juntos, com 13 canções e a canção número 13 acabou por ser um número de sorte: Tribalistas, foi assim que denominaram o disco, vendendo mais de 2 milhões de cópias no Brasil e no mundo. Para além disso, recebeu cinco nomeações ao Grammys Latinos de 2003, ganhando um dos prémios.
O primeiro álbum do trio intitulado “Tribalistas” foi, secretamente, ensaiado durante dois dias e gravado em treze dias na casa de Marisa Monte, no Rio de Janeiro, em 2002. As músicas tiveram muita divulgação nos meios de comunicação social.
O álbum vendeu mais de 2,1 milhões de cópias, sendo 1,5 milhão apenas no Brasil. Além disso, recebeu cinco indicações ao Grammys Latinos de 2003, levando um dos prémios. Algumas faixas remasterizadas chegaram a fazer muito sucesso na Europa.
Ao mesmo tempo, criou um grupo, mas um grupo que não passou pelos palcos. Até que um segundo disco, lançado em 2017 com o mesmo título do primeiro, os levou a quebrar esse tabu. Consumando uma vontade que, afinal, já era também deles há algum tempo.
O novo disco tem, entre outros temas de inspiração social, dois muito marcados pela atualidade: “Diáspora” e “Lutar e vencer”.
O abraçar dos palcos trouxe, aos três tribalistas, uma experiência gratificante com momentos inesquecíveis de extrema emoção e beleza. O concerto, além das canções, tem um aspeto visual que ajuda muito a comunicar o que se quer dizer sobre o país, sobre a cultura, sobre a música. Como se vive um momento no Brasil de uma certa insegurança e dúvidas quanto ao seu destino, o concerto tem reforçado um aspeto muito positivo.
Um grupo que fez história com uma simples brincadeira. Após o lançamento do segundo álbum fica a questão no ar: Podemos esperar mais deste grupo? Teremos de esperar para ver.