(Re)começar, palavra simples de verbalizar mas tão difícil de aplicar na vida de cada um de nós. É uma palavra que carrega em si um tal peso que, muitos de nós, tentamos escapar dela “por entre os pingos da chuva”, evitando-a a todo custo. Aliás, somos ótimos a falar nos recomeços e mudanças dos outros, mas, na verdade, é uma palavra que evitamos que faça parte do vocabulário da nossa vida.
Qualquer recomeço é realmente muito duro e difícil. Mas é, exatamente por ser tão duro e difícil que não está ao alcance de todos. No fundo, é fazer do presente um passado e dar forma aquilo que nos causa dor e infelicidade. E, falando assim, até parece fácil! Mas não é! E também é por isso mesmo que só alguns o conseguem. Aos outros, aos que não entendem que, na vida é preciso dar uns quantos passos atrás para dar outros tantos à frente, viverão o resto das suas vidas na mais profunda infelicidade toldados pelos medo e outros tantos fatores que os incapacitam. Porque, verdade seja dita, se em alguma área das nossas vidas não estamos completos, satisfeitos e felizes, nunca podemos sentir a dita felicidade absoluta. Viveremos sempre pela metade dedicando mais tempo a outras áreas para tirarmos mais satisfação pessoal. É a lei da compensação. Mas haverá sempre um tremendo desequilíbrio que só aumentará a nossa infelicidade. E valerá a pena deixar a vida passar e nada fazer só pelo transtorno que o (re)começo pode ter em cada um de nós?!
(Re)começar não significa sempre virar a nossa vida do avesso. Pode ser, somente, “virar a página” e deixar para trás tudo o que nos faz mal e nos intoxica. E desengane-se quem acha esta tarefa mais fácil que a anterior. Por vezes, o processo de aceitação e o processo de mudança que daí advém de que, como por exemplo, aquele emprego, aqueles amigos, aqueles familiares, aquele namorado… só nos devastam e não nos acrescentam nada de positivo é bem mais longo e critico do que termos, repentinamente, uma vida “de pantanas” em mãos.
Assumir que as escolhas que fizemos nem sempre foram as mais acertadas quando achamos que seriam para toda a vida e, que isso não tem problema nenhum e que está tudo bem é o mais importante para que a mudança comece dentro de cada um de nós. Assim como, entender que, por vezes, as pessoas que nos rodeiam são fatores que nos incapacitam de tomarmos decisões em prol de nós mesmos mas que o que importa é o que nós queremos. Na verdade essa é a que é a verdadeira mudança, a mudança que acontece no interior e coração de cada um de nós.
Para todos os que não conseguem “dar o salto” e “sair da caixa” só lhes resta aprenderem a conviver pacificamente com a sua inércia, impossibilidade e infelicidade. Quem se impede de recomeçar nunca será um vencedor, será apenas mais uma pessoa que já adormeceu antes da morte. Nunca sentirá a verdadeira grandiosidade do que é estar vivo e o verdadeiro propósito e sentido da vida. Nunca entenderá que a vida é uma bênção e dádiva tais que só a podemos viver com paixão e entrega absolutas e, que se forem precisos inúmeros recomeços e mudanças, então que assim seja. Vida é liberdade! Liberdade para fazermos as nossas escolhas! Novas escolhas!
Re(começar) é ter o poder da vida nas nossas mãos.
Re(começar) é ganhar paz porque finalmente fizemos a escolha certa.