Tem apenas 23 anos, vendeu milhões de álbuns mundialmente, escalou ao topo de diversas tabelas, colecciona prémios e foi considerado o “The Sound of 2014”. Numa altura em que recupera de uma cirurgia às cordas vocais e em que comunica através de uma App, vamos explorar a carreira do cantor que pela segunda vez actuará em Portugal.
A voz do rapaz de Cambridgeshire saltou para as rádios e pistas de dança em 2012, através da colaboração com os irmãos Howard e Guy Lawrence dos Disclosure, no tema “Latch”, um single que atingiu o 11º lugar na tabela de singles do Reino Unido. Um tema com uma batida muito envolvente, onde a voz de Sam transporta o espírito da letra, fazendo com que quem a ouve tenha mesmo vontade de se prender a alguém.
Na véspera do seu aniversário, foi lançado o tema “La La La” em colaboração com Shahid Khan, mais conhecido por Naughty Boy. O single tornou-se o mais rapidamente vendido do Reino Unido e o quinto mais vendido no país, em 2013. Nesse ano, também assumiu a segunda posição no top português de música digital.
“Nirvana” é o nome escolhido para o EP lançado a 4 de Outubro de 2013, com quatro músicas: “Nirvana”, “Safe With me”, “I’ve Told You Now” e uma versão acústica de “Latch”. Smith mostra um lado diferente das colaborações e mais aproximado do som do seu álbum de estreia. Sobre a nova versão acústica disse “que permite ouvir a letra, conta a outra história da canção, é uma bonita canção de amor, revela o lado sentimental” da mesma. O que no original é pouco perceptível, por causa do ritmo e das batidas da versão dos Disclosure.
Entre estas duas colaborações de muito sucesso e o lançamento de “Nirvana”, lança a 26 de Maio de 2014, “In The Lonely Hour”, descrevendo o álbum como sendo sobre amor não correspondido e assume também que este trabalho é muito pessoal. Durante muitos anos, escreveu sobre as perspectivas dos outros, como um contador de histórias, e que agora escreve sobre as suas vivências e sentimentos. Conta as suas próprias histórias.
No álbum composto por 10 temas (14 na versão Deluxe), podemos comprovar que é uma colecção de histórias de amor, apesar de histórias diferentes. Numa entrevista à BBC, Sam afirmou que as canções são 100% sobre amor não correspondido, já que, durante toda a sua vida, ouviu canções sobre rompimentos amorosos, ou sobre apaixonar-se, mas nunca ouviu canções sobre a sua situação: “Eu nunca tive um parceiro. Nunca estive apaixonado por alguém que me amasse.” É assim “um álbum para pessoas que estão sozinhas” – daí o nome do álbum.
É impossível ficar indiferente a Sam Smith. A sua voz singular e o seu estilo “pouco Pop” fazem com que seja muitas vezes comparado à sua compatriota Adele, os dois que venceram a votação da BBC para Sound of Music. Nas suas primeiras participações, roubaram a ribalta e os troféus nos Grammy’s e a temática das suas músicas.
Sam é um confesso fã de Adele, também de Aretha Franklin, Whitney Huston e Britney Spears. Reconhece-se como um cantor Pop, apesar da sua formação ter sido com uma professora de Jazz, com quem teve a oportunidade de, na juventude, acompanhar nos Buena Vista Social Club. A sua técnica diz ser produto de muito trabalho, os falsetes são o resultado de muitos anos a aprender a cantar como as grandes divas. A sua sonoridade oscila entre o Pop, o Soul e o R&B.
O ano passado foi possível assistir ao seu concerto no festival NOS Alive. No palco secundário, Sam Smith, acompanhado por uma banda de excelentes músicos, extasiou o público no passeio marítimo de Algés. Foi um dos melhores concertos do ano.
Apesar da intervenção cirúrgica às cordas vocais, que fez com que tivesse de cancelar alguns dos concertos que tinha agendado, Lisboa terá o prazer de ouvi-lo mais uma vez no próximo mês de Julho, desta vez no palco principal.