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O regresso às rotinas

Agora, com o final do período de férias, é tempo de voltar ao trabalho, à escola, às actividades extracurriculares, ou seja, às rotinas, e, por conseguinte, parece-me bem uma pequena reflexão sobre este tema.

Penso que ninguém gosta de rotinas.

Apesar de haver rotinas benéficas, tais como as relativas às horas de descanso e às refeições, assim como rotinas saudáveis no que respeita à alimentação e ao exercício físico, outras há que podem ser deveras exaustivas quer física que psicologicamente, como as relacionadas com o trabalho, por exemplo.

Não confundamos, porém, rotina com constância.

A constância é apreciada por todos. 

Tudo o que é constante na nossa vida não é uma rotina, mas uma espécie de porto de abrigo.

Saber que a presença de certos amigos ou familiares é uma constante, saber que podemos contar sempre e incondicionalmente com eles, independentemente do dia ou hora, essa constância é deveras favorável para a nossa saúde.

Já o oposto, faz-nos viver em sobressalto, em alerta constante, sem saber como agir, pois o que foi ontem hoje já não é e amanhã será ou não.

A inconstância transforma-nos. E tudo porque, no fundo, não somos mais do que meros espelhos, reflectindo as acções dos outros, dando o que nos dão e não dando o que não temos.

É necessário ser-se dotado de um altruísmo inabalável para dar aquilo que não se tem ou nunca teve.

Por outro lado, não podemos, aliás, nem devemos, exigir aquilo que não somos capazes de dar ou exigir que algo nos seja dado ou retribuído na mesma proporção.

Falo, obviamente, de sentimentos, de carinho, de atenção, de apoio e nunca de coisas materiais. E falo de pessoas, que, sendo elas todas diferentes, será difícil, para não dizer impossível, quantificar, medir ou pesar sentimentos e o que para uns chega, para outros ficará aquém.

Para funcionar, deveríamos ter a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, fazer este exercício de empatia e tentar perceber, quer através de perguntas directas, quer através da observação de reacções, se estaremos à altura daquilo que esperam de nós, assim como perceber se estaremos, porventura, a exigir em demasia. 

Parece demasiado utópico, mas é possível. Depende do grau de egoísmo ou altruísmo de cada um e da preocupação para com o nosso semelhante. 

Alguns especialistas falam em duas espécies de pessoas: os que dão e os que recebem.

Observando o comportamento humano, não será difícil perceber a que se referem. Porém, e se realmente assim for, não me parece, de todo, justo, pois existirá sempre improporcionalidade e iniquidade nas relações humanas. 

Mediante isto, só se vislumbram duas soluções: a resignação ou a luta pelo equilíbrio.

E tu? És dos que dá ou dos que recebe? Paremos, reflitamos e tentemos fazer com que a balança da vida fique mais equilibrada.

Nota: este artigo foi escrito seguindo as regras do antigo acordo ortográfico.

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Cecília Barreira

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