As questões das alterações climatéricas são tão óbvias, que fico sempre admirada quando aparece algum cientista a refutá-las ou a defender um qualquer argumento menos razoável. São coisas que sempre aconteceram, todos sabemos, a extinção dos dinossauros é uma prova.
Apesar de sempre terem acontecido, não aconteciam com a velocidade que agora assistimos, porque o próprio tempo, agora, é mais rápido do que era há milhões de anos atrás. O homem passou a ocupar a totalidade da terra e com a multiplicação dos seres humanos a destruição tornou-se uma realidade assustadora. Não só crescemos em termos populacionais como não soubemos viver integrados com a natureza. Para nos expandirmos tivemos de destruir uma imensidão de árvores e ecossistemas.
Tivemos de adaptar o mundo à nossa medida. Para nos desenvolvermos e projetarmos todo o conhecimento que fomos conquistando alteramos a fisionomia do mundo. Obrigamos a natureza a adaptar-se a este crescimento, assumindo uma posição dominadora e dominante neste planeta que nos ofereceram.
O alarmismo a que assistimos hoje, para mim, não tem apenas a ver com a destruição do planeta ou com o plástico que inunda o mundo, tem sim a ver com os excessos. A verdadeira questão reside ai, produzimos em excesso, alimentamo-nos em excesso, temos excesso de população, sujamos em excesso, fazemos tudo em excesso muito para além das nossas reais necessidades.
Por isso, o que está em causa, não é apenas a destruição do nosso ecossistema e do mundo natural mas também a desmedida produção industrial, não apenas de uma industria em particular, mas todas! E como sabemos a indústria movimenta muito dinheiro, gera emprego, gera riqueza e muita ganância. Como ter muito ou ganhar o suficiente para ter uma empresa estável e bem posicionada no mercado não chega, é preciso produzir muito mais, para vender, fazer dinheiro e justificar estilos de vida exuberantes e outros luxos que nem sequer imaginamos.
O que está em causa é todo um estilo de vida que começou a ser impulsionado nos séculos anteriores, que tem sido alimentado e tem crescido de forma descontrolada. A necessidade de ter para ser, o consumismo trouxe-nos aqui. Vivemos com mais do que precisamos em tudo, mesmo no básico se pensarmos na alimentação. Portanto, a questão que se impõe é: Preferimos salvar o nosso planeta ou salvar a economia?
Idealmente, dirão os mais otimistas: os dois! E se não for possível? Qual escolhemos salvar? Sem o planeta não existe economia, porque não vai sobrar nada. Os senhores gananciosos que mandam nisto tudo estão-se a borrifar para isso, só veem cifrões à frente dos olhos. Quando não restar nada sob a terra para aproveitar, nem o dinheiro lhes vai valer.
Precisamos disto tudo que temos agora para viver? Julgo que não. Uma das melhores características que o ser humano tem é a capacidade de adaptação, por isso se reduzirmos todos os excessos que produzimos e consumimos talvez se consiga reverter um pouco o impacto que tem tido sobre o clima do mundo.
O mais importante para todos nós é a preservação da vida: da nossa, das árvores, dos animais de tudo. Se não cuidamos da casa que nos deram, vamos viver onde?