Preservar o ambiente e lucrar com isso pode parecer inconciliável numa primeira análise. Contudo, há quem espere poder fazer ambas as coisas, capitalizando a capacidade da floresta de conceber ar limpo e transformando o carbono armazenado na floresta em créditos, que podem ser vendidos a empresas poluidoras que querem ou precisam de controlar os níveis de emissão.
“As árvores são a principal forma de remover o carbono da atmosfera e armazená-lo na vegetação a longo prazo.” Estas são as palavras de Brian Kittler, diretor do escritório regional do Instituto de Conservação Pinchot, que conta com um programa no Oregon para ajudar os donos de florestas privadas a desenvolver projetos de carbono que sejam rentáveis.
Florestas de todo o mundo já foram consideradas verdadeiros armazéns de carbono, devido a iniciativas como a das Nações Unidas pela Redução de Emissões Causadas pelo Desmatamento e a Degradação Florestal, que estimula a conservação de florestas por meio da troca por créditos, que podem ser vendidos nos mercados de carbono globais. Algumas grandes madeireiras também passaram a fazer parte do mercado, reduzindo o corte de árvores para níveis mais baixos que os legais. No entanto, até agora, os donos de pequenas florestas ainda não fazem parte do mercado de armazenamento de carbono. Muitos nem sabem sequer da sua existência e, os que sabem, geralmente creem que o processo é demasiado complexo.
Não obstante, em Portugal e tendo em consideração os incêndios que ocorreram em outubro de 2017, nomeadamente, já se pensa em apostar mais no ambiente. Quem o diz é Mário Centeno, que garante que “vai haver mais dinheiro disponível para as florestas”.
O ministro das Finanças asseverou, inclusive, que, no Orçamento de Estado para 2018, “existem verbas já na versão apresentada de 90 milhões de euros [para a floresta]”. Para o atual presidente do Eurogrupo, “a floresta é uma prioridade”.